Promover o pensamento crítico para a independência

Desenvolva a autonomia como atitude diante da vida.

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Questionar o mundo ao redor e analisar a veracidade das informações levando em conta evidências objetivas nos torna menos influenciáveis a manipulações e a informações errôneas.

O pensamento crítico é o processo intelectual que nos permite pensar de forma lógica e chegar a uma resposta sensata.

O pensamento crítico é um processo intelectual que se realiza de forma consciente e autorregulada e que exige usar a lógica para chegar a um juízo razoável analisando, avaliando, interpretando, inferindo e explicando a realidade por meio de questões evidenciáveis e objetivas. Consiste em ser receptivo à informação, questionando-a, sem aceitá-la de imediato.

Devemos usar a inteligência de maneira racional e eficaz

Pensamos o tempo todo, mas nosso cérebro não pode processar simultaneamente toda a informação que recebe. Assim, utilizamos alguns “atalhos” para funcionar de maneira adequada, o que faz com que, em muitos momentos, simplesmente acumulemos informação de maneira sistemática, sem parar para analisá-la, ou que baseemos o pensamento em preconceitos e outras ideias distorcidas. 

Apesar da comodidade que esse recurso proporciona, é imprescindível treinar desde cedo as habilidades necessárias para usar a inteligência e o conhecimento de maneira racional e eficaz.

As características do pensamento crítico, segundo o Miniguia para o pensamento crítico (2003) são:

  • • Receptividade: capacidade de realizar observações detalhadas sobre um objeto ou informação e emitir conclusões.
  • • Questionamento e reconstrução do saber: estar aberto a novas descobertas, relacionar conhecimentos novos com antigos.
  • • Questionamento permanente: não ser conformista; buscar e enunciar o porquê de tudo.
  • • Mente aberta: não ter opiniões rígidas, mas disposição para aceitar as ideias dos outros e reconhecer os próprios equívocos.
  • • Coragem intelectual: enfrentar as decisões difíceis ou não aceitar as críticas dos outros.
  • • Autorregulação: capacidade de controlar a maneira de pensar e de atuar.
  • • Controle emocional: manter a calma diante de ideias ou pensamentos contrários aos seus e não se deixar levar por impulsos.
  • • Avaliação justa: dar às opiniões e acontecimentos o valor que objetivamente mereçam.

Por que é importante que as crianças aprendam a pensar de maneira crítica?

As crianças estão sempre aprendendo, e o pensamento crítico lhes permite evitar a memorização e a rotina e realizar aprendizados significativos. Ou seja, pensar a partir do que estão aprendendo para que o conteúdo faça sentido para elas, e não seja uma mera acumulação de dados.

Pensar criticamente favorece a motivação e a curiosidade para aprender, já que a criança é o ator principal do processo, e não apenas um receptor de informação. Além disso, favorece o desempenho acadêmico, já que também prepara para a aquisição de competências matemáticas, de leitura e de escrita, e facilita a compreensão do método científico.

Assim, pensar de maneira crítica é pensar de maneira racional, levando em conta as possíveis opções e suas consequências, sem se deixar levar pelas emoções, o que constitui uma vantagem para resolver problemas e tomar decisões.

A capacidade de questionar a realidade e analisar a veracidade das informações levando em conta evidências objetivas também nos torna menos influenciáveis a manipulações e a informações errôneas.

Em síntese: pensar criticamente fomenta nas crianças a capacidade de antecipar acontecimentos e atuar diante deles com autonomia e responsabilidade; de ser mais flexíveis no nível cognitivo; de não se deixar levar por preconceitos; e de ser mais tolerante diante de diferentes pontos de vista.

Como desenvolver o pensamento crítico nas crianças?

Existem crianças são mais curiosas do que outras e questionam o mundo de maneira natural. No entanto, todas podem aprender habilidades de pensamento crítico, e tanto pais como professores são os melhores orientadores desse processo. A seguir, apresentamos sugestões de atividades para desenvolver o pensamento crítico:

  • • Sempre que uma criança pergunta o porquê de alguma coisa, é importante não responder de modo direto, mas perguntar o que ela acha, para que primeiro chegue às próprias conclusões. Depois disso, o adulto pode fornecer informação adicional.
  • • Realizar atividades nas quais ela tenha que avaliar detalhes. Por exemplo, pedir que observe bem uma ilustração ou um quadro e perguntar: “O que você acha que está acontecendo aqui?”; “Por que acha que isso está acontecendo?”.
  • • Agir como modelo, pensando em voz alta quando precisar resolver um problema ou situação.
  • • Antes de uma leitura, seja um livro ou uma atividade para casa, fazer perguntas, para que a criança se conscientize da informação prévia que já tem sobre o tema.
  • • Ao terminar uma leitura ou atividade para casa, perguntar à criança o que ela sabia antes e o que sabe agora sobre o assunto, e se algo mudou em relação ao que pensava.
  • • Sempre que possível, permitir que a criança aprenda mediante projetos nos quais tenha que buscar, analisar, resumir e apresentar informações obtidas em várias fontes, pois isso exige que se aprofunde no assunto pesquisado.
  • • Ensiná-la a avaliar o trabalho de maneira objetiva. Por exemplo, pode registrar o que aprendeu – escrever a respeito implica tomar consciência do que sabe –, sintetizar, expor e, posteriormente, cotejar a informação que possui com a obtida em outras fontes (livros, enciclopédias etc.) para corrigir informações, incluir dados ou eliminar o que não é relevante.
  • • Trabalhar na realização de inferências. Por exemplo, tanto em um relato oral como em um filme ou texto, o adulto pode perguntar à criança por que determinados fatos acontecem e como ela os interpreta. Ao ler um texto, trabalhar com o estabelecimento de hipóteses, focando as perguntas não apenas em questões de memória (o que, como, quando, onde), mas também em aspectos que não constem de forma literal, mas que ela deve extrair de seus conhecimentos prévios.
  • • Ajudá-la a compreender conceitos de maneira crítica. Por exemplo, pedir à criança que procure um conceito no dicionário e depois perguntar o que aquele termo significa para ela, solicitando que o aplique em alguma frase ou em algum exemplo espontâneo.
  • • Ensinar a criança a trabalhar em equipe: compartilhar ideias com os outros, chegar a acordos e ceder em alguns aspectos.
  • • Treinar a criança a resolver problemas cotidianos: identificar o problema, fazer um levantamento de ideias sobre possíveis soluções, pensar em vantagens e desvantagens de cada uma e decidir qual é a melhor opção.
  • • Realizar debates sobre temas controversos nos quais a criança tenha que defender sua posição e também a contrária com argumentos, não com opiniões ou crenças.
  • • Ensinar a criança a comparar informações. Por exemplo, perguntar a ela em que se parecem e se diferenciam dois conceitos, personagens ou histórias.
  • • Quando ela se equivoca, fazer perguntas para ajudá-la a encontrar a solução correta e também estimulá-la a fazer perguntas para que se aprofunde na investigação e, em seguida, se corrija.
  • • Transmitir-lhe valores essenciais como empatia, responsabilidade, tolerância e justiça, e que os utilize nos questionamentos que fizer da realidade.
  • • Deixar, sempre que possível, que a criança decida com autonomia, para que aprenda a assumir a responsabilidade por suas decisões.

Paul, R. e Elder, Linda. La mini-guía para el pensamiento crítico – conceptos y herramientas. Fundación para el Pensamiento Crítico (2003).

Aprender a aprender: o desenvolvimento da autonomia do estudante

O aprendizado focado em memorização de conteúdos vem sendo substituído por metodologias que estimulam o aprender a pensar e a resolver problemas reais.

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O aprendizado focado em memorização de conteúdos vem sendo substituído por metodologias que estimulam o aprender a pensar criticamente e o aprender a aprender.

As escolas inovam e se reinventam para transformar suas práticas pedagógicas em experiências relevantes para todos os estudantes.

Novos tempos, novas exigências

Podemos dizer, com segurança, que a exigência sobre o estudante de hoje é bem mais complexa do que na primeira metade do século passado. Basta perceber o quanto decorar os afluentes de um rio – habilidade muito valorizada no tempo de nossos avós – é mais simples do que, por exemplo, compreender, analisar e criticar os fatores socioambientais que incidem sobre o ecossistema de um rio. Esse é o tipo de demanda que se coloca aos estudantes hoje.

É natural que se dê menos valor à memorização de fatos e datas em uma sociedade em que dados e informações objetivas podem ser obtidos rapidamente na internet. A exigência passa a ser, então, a capacidade de transformar informações em conhecimento significativo e socialmente relevante.

Além disso, vivemos em uma sociedade que revisa e produz conhecimento em ritmo galopante, com o surgimento de novas profissões e a extinção de outras. Nesse contexto, outra exigência que nos é colocada é a de aprender por toda a vida, após as etapas formais de estudo, inclusive do Ensino Superior.

É hora de redescobrir a escola, mas uma nova escola

Em 1996, um importante relatório sobre a educação para o século 21 produzido para a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) por especialistas de todo o mundo motivou grandes debates, pesquisas e propostas de renovação pedagógica. Desde então, essas discussões têm influenciado significativamente o reposicionamento das prioridades educacionais em muitos países, inclusive no Brasil.

O relatório “Educação: um tesouro a descobrir” coloca a educação como fator central para o desenvolvimento e aponta quatro pilares nesse novo contexto: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver.

O primeiro pilar foi o que mais teve aderência mais rápida no mundo escolar, seja porque muitas escolas de vanguarda já vinham trabalhando nesse sentido, seja porque é o que apresenta mais consenso na comunidade educacional.  

A partir de então, o aprendizado mecânico, focado em memorização e conhecimento acrítico de conteúdos, foi sendo substituído por metodologias que estimulam o aprender a pensar criticamente e o aprender a aprender. Daí a necessidade de as escolas inovarem, se reinventarem, sabendo distinguir o que devem manter e o que devem transformar em suas práticas pedagógicas.

Aprender a aprender: do que estamos falando

O relatório citado aponta aprendizados que devem ser estimulados desde a primeira infância:

  • • O aprendizado da atenção, de processos lentos e aprofundados de apreensão, em oposição à velocidade usual de um clique na internet.
  • • A capacidade de memorização associativa, ou seja, de selecionar o que deve ser memorizado a fim de possibilitar a realização de combinações de informações, e não mais a memorização como um automatismo.
  • • A associação de uma cultura geral ampla com conhecimentos específicos aprofundados.
  • • O pensamento indutivo e lógico, assim como o dedutivo e analítico.

Nas escolas, isso foi concretizado em diferentes estratégias de ensino que, respeitando o desenvolvimento de cada idade, mas desde os pequeninos, têm como objetivo promover a autonomia do estudante para aprender por toda a vida.

Novas metodologias, novas habilidades

Por tudo isso, as escolas adotam novas metodologias que exigem protagonismo do aluno e lhe dão a oportunidade de, ao aprender conhecimentos das diversas disciplinas, desenvolver também habilidades específicas.

As habilidades envolvidas no aprender a aprender, ou aprender por toda a vida, são várias – algumas novas, outras nem tanto, mas que passam a ser mais valorizadas:

  • • Desenvolver a curiosidade e o prazer da descoberta.
  • • Identificar necessidades de aprendizagens para resolver problemas, dúvidas, curiosidades.
  • • Localizar informações, sabendo distinguir tipos de fontes adequadas.
  • • Avaliar a qualidade das informações ponderando critérios distintos.
  • • Analisar e aplicar conhecimentos nas mais diversas situações.
  • • Compreender e relacionar os fenômenos estudados a contextos sociais.
  • • Relacionar conhecimentos entre diversos campos de estudo, de forma intedisciplinar.
  • • Criar conhecimento novo.

Como saber se uma pessoa aprendeu a aprender? Quando ela tem autonomia para transformar informações em conhecimento, dando-lhes significado, sentido e utilidade. Em outras palavras, quando é capaz de utilizar de maneira própria todas essas habilidades para satisfazer suas necessidades de aprendizagem – pessoais,exigidas pelo mercado de trabalho ou para sua ação cidadã e transformadora. 

A importância da leitura em voz alta nos primeiros anos

A neurociência descobre aspectos importantes como as entonações e as melodias durante a leitura em voz alta

A neurociência descobre aspectos importantes como as entonações e as melodias durante a leitura em voz alta

A neurociência tem explorado uma linha de pesquisa que envolve aspectos importantes como as entonações e as melodias presentes na leitura em voz alta e que estão associadas à emoção.

A criança precisa atribuir um som à letra que está aprendendo a ler

Você sabia que a leitura silenciosa tem origem nas leituras em voz alta eficientes e significativas? A importância da leitura em voz alta é o tema deste vídeo com Telma Pantano, mestre e doutora em Ciências e pós-doutora em Psiquiatria pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Confira as interessantes explicações da consultora e peça para seu filho ler uma história para você hoje à noite antes de dormir!

Efeito das novas tecnologias no cérebro de 0 a 3 anos

Conheça os benefícios e os riscos de deixar crianças pequenas imersas nas telas digitais

 

Entenda por que os recursos tecnológicos atraem tanto as crianças e os problemas que eles podem trazer para o desenvolvimento do processamento cerebral.

Que criança queremos formar para o futuro? Essa é a pergunta que deve guiar nossas escolhas na hora de deixar as crianças interagirem com tecnologia. 

Telma Pantano, mestre e doutora em Ciências e pós-doutora em Psiquiatria pela FMUSP, revela por que os recursos tecnológicos atraem tanto as crianças e os problemas que eles podem trazer para o desenvolvimento do processamento cerebral.

Redes Sociais na Educação: benefícios e riscos

Muitos especialistas garantem que o Facebook favorece a colaboração, a criatividade e a socialização.

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É cada vez mais difícil captar a atenção de crianças e adolescentes, tanto na escola quanto em casa. E as redes sociais podem ser um bom apoio para conseguir isso. 

As redes sociais servem atendem necessidades emocionais, sociais e de relacionamento dos jovens.

É cada vez mais difícil captar a atenção de crianças e adolescentes, especialmente na escola, mas também em casa. As redes sociais são um bom apoio para conseguir isso.

No entanto, a maior parte dos pais desconhece os processos de incorporação e aproveitamento das novas tecnologias na educação dos filhos.

O que os jovens fazem nas redes sociais? 

As redes sociais servem atendem necessidades emocionais, sociais e de relacionamento dos jovens. São usadas para compartilhar fotos, vídeos e comentários sobre seus estados de espírito, atividades individuais e momentos de diversão em grupo, assim como para organizar eventos ou encontros.

Diante desse panorama, fica claro como os elementos visuais se integram no cotidiano dos jovens, diferenciando-os em sua maneira de se relacionar com os outros. Entender esse processo e dar a ele a importância que merece é parte do desafio de pais e educadores, assim como incorporar o uso racional e seletivo dessas redes aos processos de ensino e aprendizagem.

Como fazer isso? 

Em primeiro lugar, é preciso definir uma dinâmica de uso coerente, ou seja, determinar regras claras para a utilização das redes e diferenciar o uso pessoal do uso educativo.

Depois, é importante criar estratégias e modelos de comunicação visual que convidem as crianças e os adolescentes a conectar seus pensamentos com as atividades cotidianas e a gestão do conhecimento.

Também é necessário identificar os pontos positivos e negativos de cada uma das redes sociais, para integrá-las às atividades familiares. O uso delas deve responder a um objetivo educativo e, portanto, ao tipo de interação que se deseja gerar em torno ao conteúdo. Qual é o objetivo? Responder a essa pergunta e conhecer as características de cada rede permitirão escolher e propor a rede social adequada.

Finalmente, mas não menos importante, deve-se conhecer as configurações de privacidade desses ambientes, e garantir a preservação da intimidade das crianças e adolescentes.

É possível que seja necessário ajudar os filhos a configurar esses espaços, e é imprescindível comentar os possíveis riscos a que estão expostos. Utilize mensagens claras, diretas e simples, sem recorrer a histórias complicadas. Explique objetivamente o que pode acontecer e como evitar problemas: esse é o objetivo.

Seguem algumas dicas e estratégias úteis para potencializar o uso de algumas redes sociais na área educativa.

  • • Grupos colaborativos no Facebook

Os grupos de Facebook podem ser espaços interessantes e seguros para a colaboração e a troca de informação. Seus membros podem compartilhar arquivos, vídeos, áudios, links etc. de maneira muito dinâmica e rápida.

Não é necessário que os integrantes do grupo sejam “amigos”, o que permite convidar outras pessoas a conversar sobre determinados temas e conseguir que jovens com interesses similares se comuniquem independentemente de suas relações pessoais.

Para aprofundar as estratégias educativas, o Facebook criou um guia específico para educadores, com recursos, links de interesse, exemplos de utilização e elementos relacionados à segurança e à privacidade, manterial muito útil para guiar os adolescentes nesse ambiente.

  • • Utilizar hashtag para…

Os usos do Twitter podem ser muito diversos. Em concreto, propõe-se a utilização de hashtag (#) para gerar uma conversa sobre determinado assunto, colocando em contato as diversas pessoas que tenham interesse em falar a respeito.

Essa rede pode ser um excelente recurso para famílias e amigos em torno de determinado evento ou acontecimento. Por exemplo, ao participar de uma comemoração, cada usuário pode utilizar uma hashtag específica para publicar comentários ou imagens relacionadas ao evento: um casamento, uma festa de aniversário, um fim de semana fora da cidade etc. Tudo pode servir para criar laços digitais entre amigos e familiares.

  • • Potencializar as habilidades dos jovens no Instagram

O uso do Instagram entre os jovens é um fato. Não é necessário motivá-los muito para potencializar o aproveitamento dessa rede. Aqui é importante descrever a imagem ou vídeo que publicam e como o categorizam por meio de diferentes hashtags. Isso potencializará as habilidades linguísticas dos jovens usuários de maneira espontânea.

Outro elemento importante a ter em conta é fornecer feedback direto e criar conversas online. Pais e filhos podem trocar comentários sobre experiências vividas dessa maneira – não podemos esquecer que essa é outra alternativa para estar contato!

  • • Pinterest

Quem nunca teve acesso a um mural de anúncios? O Pinterest pode ser uma ferramenta muito útil para mostrar notícias e atividades e convidar pais, amigos e familiares a descobrir as produções dos jovens.

Categorizar os conteúdos permite que outras pessoas aproveitem os recursos expostos. Os jovens podem ser responsáveis por tirar fotos e publicar anúncios que mostrem, por exemplo, as aprendizagens obtidas a partir de uma excursão. Gerar murais que integrem elementos diversos pode enriquecer a experiência e dar informação aos pais sobre o tipo de atividade de interesse dos filhos.

As redes sociais e seus riscos

Não podemos esquecer que todas essas ações têm riscos. Os pais precisam orientar os jovens a respeito e estar presentes para evitá-los.

Os perigos nas redes, como na vida, estão presentes a todo momento: conhecer um estranho, estabelecer contato com ele e gerar vínculos de confiança com as pessoas erradas são alguns deles.

Os jovens devem ser conscientes de que as informações que publicam oferecem dados sobre suas preferências, desejos, interesses, preocupações, ambientes por onde circulam e detalhes que revelam parte de sua intimidade.

Diferenciar as palavras “intimidade” e “privacidade” é importante para evitar riscos. Mostrar, por exemplo, fotos familiares pode não implicar nenhum risco, mas fornecer dados sobre a localização do encontro ou um momento em que se estará sozinho em casa pode ser perigoso.

Também há riscos na criação da rede de contatos. Diferenciar a quem se dirigem em cada momento é vital, e para isso é preciso buscar o ambiente mais apropriado para cada uma das publicações realizadas.

Por exemplo, pode-se publicar em um grupo fechado de Facebook fotos do evento familiar do fim de semana e escrever comentários associados à experiência, mas no perfil público basta uma fotografia do ambiente em que se esteve. Para isso, é preciso conhecer as ferramentas da rede e, especialmente, as possiblidades de publicação e uso disponíveis.

O que fazer diante dos riscos?

O primeiro elemento a ter em conta é conseguir uma “escuta ativa” dos perfis dos filhos. Isso permite zelar pelo uso que fazem de cada uma das redes e poder reagir a tempo em caso de uso inapropriado da ferramenta. Para isso, é importante conseguir que eles permitam aos pais entrar em seus ambientes.

O segundo elemento é o respeito que anda junto com a confiança. Os pais devem compreender que as redes são espaços de trocas sociais onde os jovens e adolescentes se mostram como são. Isso implica conseguir respeitar as manifestações e os estilos deles, para, em troca, estar em contato com suas condutas e comportamentos.

Orientações que partem do respeito e da confiança sempre podem ser bem aceitas. Por outro lado, se houver falta de respeito em uma aproximação pela imposição, possivelmente se perderá acesso às permissões de visualização dos perfis na rede e, com isso, a possibilidade de uma possível intervenção em caso de necessidade.

O terceiro elemento, mas não menos importante, é a comunicação. Se os pais abrirem um caminho de comunicação direta com os filhos conseguirão oferecer a eles estratégias, modelos e guias sobre a forma e os estilos de interação nas redes sociais.

Em síntese, devemos lembrar de que as redes são um espaço de aproximação com os filhos e podem ser grandes aliadas. Precisamos apenas aprender as maneiras mais seguras e interessantes de aproveitar esses ambientes. O desafio é começar!

Colaboração e criatividade com as tecnologias digitais

As tecnologias e as redes sociais podem servir como excelentes ferramentas de aprendizagem.

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As redes sociais podem ser aliadas das escolas, com excelentes resultados de engajamento e, consequentemente, de aprendizagem. Veja como! 

Boa notícia!

As redes sociais têm sido fonte permanente de angústia para pais e mães, em dúvida sobre seus benefícios e malefícios. A boa notícia é que elas podem ser aliadas das escolas, com excelentes resultados de engajamento e, consequentemente, de aprendizagem. Os próprios jovens nos dão uma pista, ao utilizar o aplicativo Whatsapp para “pegar” lição de casa, tirar dúvidas sobre exercícios e conteúdos com colegas e organizar trabalhos em grupo.

O uso de redes sociais pode ir muito além. Embora muito se tenha falado sobre “nativos digitais”, hoje sabemos que essa geração poderia explorar de forma muito mais ampla e variada o potencial das tecnologias digitais.

Os alunos usam o Whatsapp para “pegar” lição de casa, tirar dúvidas com colegas e organizar trabalhos em grupo.

Aprendizagem em rede

Elementos positivos identificados por algumas das teorias de aprendizagem, como a existência de vínculos afetivos e de atenção individualizada, estão presentes em ambientes de redes sociais. Por exemplo, nicknames (apelidos) e fotografias dos alunos criam um ambiente descontraído, além de permitir que os adolescentes cultivem sua identidade, o que é muito importante nessa etapa da vida.

O fato de, em uma rede social, a comunicação entre as pessoas acontecer de maneira espontânea e menos organizada por sua natureza digital e fluida, possibilita aos próprios estudantes ensinar e aprender uns com os outros, conforme surgem dúvidas e ideias ao entrar em contato com os conteúdos e as tarefas propostas pelos professores. Os alunos podem receber explicações de colegas na linguagem própria de sua idade, além de alternarem situações em que cada um ensina e aprende com os demais.

Cria-se então um ambiente onde os jovens sentem maior confiança em tirar suas dúvidas – por um lado, estão mais expostos; por outro, sentem-se mais acolhidos.

A mediação dos educadores é fundamental para manter a turma com uma atitude positiva, caso o próprio grupo não se auto-regule de modo satisfatório. Na medida em que o professor participa da mesma rede que sua turma, identifica com mais facilidade mensagens que revelam a dificuldade de cada aluno, podendo incidir sobre a questão, seja pessoalmente, seja incentivando colegas a fazê-lo.

Enfim, essa rede horizontal de relações e comunicação possibilita uma dinâmica muito favorável entre os estudantes e entre estudantes e professores.

Trabalho em grupo, de verdade

Ao participar de uma rede social com sua classe, o professor tem o poder de um big brother (grande irmão), com ampla visibilidade das ações de todos os alunos. Isso significa que pode identificar, em trabalhos em grupo, quem realmente colabora na elaboração das tarefas, em que horários do dia e por quanto tempo participa, que tipo de intervenção faz e quais os produtos elaborados. Tudo isso facilita a avaliação, a interferẽncia e até o planejamento do docente para próximos trabalhos, pois conhecerá melhor os hábitos digitais de suas turmas.

Além disso, a visibilidade que todos os alunos têm entre si em uma mesma rede social facilita e dá maior agilidade à gestão de tempo e à distribuição de tarefas entre eles.

Esses são alguns dos aspectos que tornam muito mais produtivos os trabalhos em equipe nesses ambientes.

Produtores orgulhosos e competentes

As redes sociais são, por excelência, uma vitrine. Todos sabemos o quanto o exibicionismo faz parte dos ambientes virtuais. Quem não se preocupa com sua popularidade nas redes, com likes, com visualizações etc?

Uma classe que trabalha em uma rede social provavelmente deverá apresentar os resultados de suas pesquisas por meio de produtos em meios digitais. Serão elaboradas apresentações, áudios, vídeos, fotografias, memes, artes, gráficos, textos e uma infinidade de outros formatos que demonstrarão o quanto os estudantes aprenderam e o quanto conseguiram criar a partir de determinado tema de estudo.

Quanto mais se perceberem competentes em sua produção escolar, maior será o desejo de exibi-la. E quanto mais se sentirem reconhecidos por seus esforços e resultados, mais vontade terão de aprimorar suas competências e destrezas. Está aí, portanto, outro ganho que as redes sociais agregam aos processo de aprendizagem de nossos filhos: torná-los estudantes competentes e orgulhosos de seu sucesso escolar, enxergando nisso um valor social importante.

Apontamos aqui algumas das vantagens do uso educativo de redes sociais para jovens que já são experts e contumazes usuários desse tipo de ambiente. Então, por que não aproveitarmos essa predisposição e tirar o melhor delas para a aprendizagem escolar? Mas atenção! É preciso manter o clima descontraído, livre e divertido que os jovens apreciam, caso contrário, eles fugirão das redes sociais escolares e perderemos essa grande oportunidade.

Técnicas e hábitos para estimular a memória

É importante treinar também nos momentos de lazer

É importante treinar também nos momentos de lazer

A memória é a capacidade de reter e organizar informação para usá-la quando precisamos. É uma qualidade necessária para nossa vida diária e está estreitamente relacionada com a aprendizagem.

A memória pode ser definida como a capacidade de reter e ordenar informação para usar no momento necessário. É uma qualidade imprescindível para a vida diária e está estreitamente relacionada à aprendizagem.

É importante estimular a memória desde muito cedo na vida.

Estímulo precoce e constante

Estimular a memória é de grande importância desde muito cedo na vida. Pode-se trabalhar essa qualidade mental tão importante de acordo com as capacidades e o ritmo de aprendizagem da criança.

Durante a adolescência, grande parte dos recursos cognitivos e de memória são dedicados ao aprendizado das matérias escolares. Trata-se da memória semântica, fundamental nessa etapa da vida, quando os conhecimentos estão se assentando, e outros, novos, se formam todos os dias.

A importância de hábitos de vida saudáveis

A qualidade de vida tem impacto direto na memória. Diversos estudos científicos demonstram que manter hábitos de vida saudáveis durante a adolescência tem efeitos sobre a capacidade de memorização e de aprendizado de modo geral. A seguir, alguns dos fatores aos quais de deve ter atenção:

  • Sono. Enquanto dormimos, especialmente durante a fase de sono REM, consolidamos os aprendizados realizados durante o dia. Isso faz com que a quantidade e a qualidade de sono sejam fatores relevantes para a fixação das informações. Além disso, está demonstrado que a falta de sono afeta diretamente a capacidade de atenção e a concentração, processos imprescindíveis para a memorização.
  • Alimentação. Uma dieta saudável, variada, baixa em gorduras e rica em ômega 3 e antioxidantes, fornece os nutrientes de que o cérebro precisa para funcionar adequadamente.
  • Exercício físico. A atividade física aumenta o rendimento cognitivo, uma vez que melhora o fluxo de oxigênio no organismo e as funções do cérebro.
  • Estresse. O cansaço mental, a tensão ou a ansiedade são bloqueios para a capacidade de memorização, a concentração e o processamento adequado da informação.

Como potencializar a capacidade de memorização

O processo de memorização se estrutura em três fases:

  1. Codificação: recebimento e processamento da informação.
  2. Armazenamento: criação de um registro mental da informação codificada.
  3. Recuperação: acesso à informação armazenada.

É possível estabelecer diferentes estratégias para favorecer a memória e a aprendizagem, resultando na decodificação da informação e em hábitos que facilitam seu armazenamento.

  • Organizar as tarefas. Dividir e planejar as tarefas em várias etapas permite dividir a carga e não saturar a mente. A informação chega melhor se entregue aos poucos. Para isso, sugira que seu filho use a agenda e o calendários para organizar as tarefas.
  • Evite a simples “decoreba”. Se a fase da codificação se basear na repetição e no aprendizado memorizado, o resultado será, provavelmente, uma memorização de curto prazo.
  • Resumir e esquematizar a informação. Para obter um armazenamento da informação a longo prazo, recomende que seu filho extraia as ideias principais de um conteúdo, para, com isso, formar uma base sobre a qual ampliar.
  • Adotar estratégias de visualização e verbalização. Geralmente codificamos melhor a informação de modo visual e verbal. Você pode sugerir a seu filho que faça fichas, use cores diferentes para estruturar a informação, crie esboços etc.; que estude em voz alta; que explique o conteúdo a alguém; ou que grave a própria exposição para se ouvir depois.
  • Colocar em prática estratégias de relaxamento com regularidade. Saber relaxar o corpo e a mente é tão importante para o aprendizado quanto a memorização em si. Ensine a seu filho técnicas de respiração ou de relaxamento muscular para evitar o estresse.
  • Estimular a memória nos momentos de lazer. Jogos de mesa, de palavras, de recordar objetos ou de cálculo mental são muito úteis. Ensine seu filho a aprender maneiras eficazes de memorizar informação em um contexto de diversão.
  • Ordenar acontecimentos. Pergunte a seu filho sobre as histórias que tenha lido ou filmes que tenha visto. Isso o ajudará a ordenar fatos e estabelecer relações de causa e consequência. Como resultado, treinará a decodificação, a armazenagem e a recuperação de informação.

Novos olhares sobre a lição de casa

Este mundo impactado por mudanças profundas impõe reflexões sobre a eficácia da lição de casa tradicional

Portrait of a girl taking notes in the classroom

Uma rotina sobrecarregada com excesso de deveres pode ser prejudicial para desenvolver o prazer por aprender – uma competência fundamental para a vida no século 21.

O excesso de deveres pode ser prejudicial para desenvolver o prazer por aprender

Escolas de países que apresentam altos desempenhos em Educação têm proposto formatos criativos para a lição de casa porque entendem que uma rotina sobrecarregada com excesso de deveres pode ser prejudicial para desenvolver o prazer por aprender – uma competência fundamental para a vida no século 21.

Fernanda Furia, psicóloga especialista em infância e adolescência, relata os benefícios de alguns exemplos interessantes, como a leitura pelo prazer, o brincar livre e as atividades em família. Essa é uma boa notícia para os pais – afinal, quem gosta do papel de “policial da lição de casa” quando chega do trabalho?

Os perigos da dependência tecnológica em crianças e adolescentes

As tecnologias digitais produzem um efeito hipnótico que pode nos manter por horas a fio em frente das telas.

Design sem nome (4)

Saiba ler os sinais de alerta de dependência tecnológica e entenda por que é importante ser um modelo de equilíbrio com relação ao uso das novas tecnologias.

É inegável: passamos cada vez mais tempo jogando, navegando, trabalhando e assistindo a vídeos na internet, não é mesmo? Só que o ambiente virtual nos afeta emocionalmente porque pelas redes sociais e pelos jogos temos a ilusão de aceitação e de interação social. Além disso, essas ferramentas produzem um efeito hipnótico que pode nos manter por horas a fio em frente das telas.

Fernanda Furia, psicóloga especialista em infância e adolescência, faz um alerta: “Para crianças e adolescentes que ficam horas na frente do computador ou do celular está se fechando uma janela de oportunidade no desenvolvimento que não se abrirá mais”. Eles deixam de brincar, de fazer atividades ao ar livre e de estabelecer conexões reais com as pessoas e com o mundo para ficar diante de uma tela.

Saiba ler os sinais de alerta de dependência tecnológica e entenda por que é importante ser um modelo de equilíbrio com relação ao uso das novas tecnologias. “Esse é um dos caminhos poderosos para proteger nossos filhos dos riscos e também para aproveitar as oportunidades inéditas que surgirão com o avanço tecnológico”, diz Fernanda no novo vídeo.