Hidratação: o que e quanto as crianças devem beber

Providencie garrafa térmica para a criança beber água fresca na escola.

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Até mesmo uma desidratação moderada pode diminuir a concentração e prejudicar o raciocínio. Veja recomendações da nutricionista para garantir que as crianças bebam a quantidade de água necessária todos os dias.

Assim como acontece com a alimentação, o exemplo dos adultos também vale para o consumo de água.

“Mostre aos pequenos que a hidratação deve fazer parte dos hábitos saudáveis. Tomar goles de água ao longo do dia cria uma hábito que depois se tornará automático e necessário”, orienta a nutricionista Marcia Gowdak. 

Dos millenials à geração Z

​YouTube e Podcast: a TV e o rádio do presente.

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A televisão e o rádio são meios de comunicação obsoletos para as crianças e os jovens de hoje. Agora, eles é que decidem quando, como e em que aparelho consumir os conteúdos que estão à disposição no YouTube e em outras plataformas de vídeo.

Com um telefone celular e conexão à internet pode-se criar conteúdo e publicá-lo facilmente em plataformas de vídeo.

Ver vídeos e ouvir áudios é muito simples para qualquer criança ou adolescente com acesso à internet. A rapidez com que os conteúdos se renovam e a facilidade de acesso faz com que eles os prefiram em relação aos meios tradicionais, como a TV ou o rádio. Além disso, existe uma legião de criadores de conteúdo atraente: os youtubers ou videobloggers, que publicam um ou mais vídeos por semana – ou até diariamente – sobre os mais diversos temas. Por ter idade próxima à de seu público, conectam-se rapidamente com a audiência usando a linguagem e os códigos próprios da faixa etária.

Humor, música, beleza, jogos, esportes, animação, informática, tutoriais de todo tipo ou, simplesmente, histórias pessoais são alguns dos temas que mais fazem sucesso no YouTube. Os donos dos canais são valorizados pelos seguidores como autênticos líderes de opinião e estrelas da mídia. Conteúdo em formato áudio também tem boa receptividade. São os podcasts, programas de rádio que oferecem as mesmas possibilidades de temas e têm a vantagem de, depois de baixados nos dispositivos, não consumir dados do plano de internet do usuário.

O que fazer quando seu filho quer imitar seus ídolos do YouTube?

Se seu filho também quer ser youtuber, convém apoiar o interesse específico dele e incentivar, dentro do possível, que desenvolva a atividade em questão inicialmente como hobby para, quem sabe mais tarde, transformá-la em trabalho remunerado (alguns youtubers com centenas de milhares – ou milhões – de seguidores faturam muito com a publicação de seus vídeos).

Com uma câmera ou um telefone celular e um computador com conexão à internet pode-se criar conteúdo e publicá-lo facilmente em plataformas como YouTube ou Vimeo. Se é isso o que o seu filho quer, as orientações a seguir facilitarão o trabalho dele (e o seu!):

  • • Demonstre interesse pelo que ele faz. Ele se sentirá apoiado e animado para desenvolver o que gosta. 
  • • Disponibilize a tecnologia que estiver a seu alcance. Participe do projeto ajudando-o a gravar ou organizando um espaço para que trabalhe com mais conforto. 
  • • Proponha temas. Contribua e discuta ideias, evitando censurar as dele. 

Como criar um vídeo para o YouTube? 

1.       Vocês precisarão de uma câmera de vídeo ou de foto que também grave vídeo ou de um smartphone que registre com qualidade de HD 720p.

2.       O melhor é gravar de dia, em um cômodo bem iluminado ou em uma área externa. A luz nessas condições é adequada e vocês não necessitarão de equipamentos extras, como rebatedores ou lâmpadas profissionais.

3.       Escolham um tema que considerem interessante. Depois, pesquisem juntos na internet sobre o assunto para decidir sobre o que irão gravar.

4.       Depois de escolher o tema, o melhor é escrever um pequeno roteiro – de uma ou duas páginas –, para reunir o que seu filho vai dizer diante da câmera. Para começar, bastam três ideias gerais.

5.       Coloque a câmera ou o smartphone sobre um tripé ou use uma superfície estável como apoio, para que o aparelho não se mova durante a gravação.

6.       Faça um teste para checar se o som e a iluminação estão corretos e para ensaiar a fala e… Vocês estão prontos para gravar!

7.       Salve o conteúdo da gravação no computador e edite-o com um dos programas gratuitos disponíveis.

8.       Crie um canal seguindo as instruções da plataforma escolhida.

9.       Publique o conteúdo no canal que vocês criaram. A plataforma indica como fazer isso passo a passo, de maneira simples.

10.   Pronto. O vídeo já está na rede! 

Muitos adolescentes estão familiarizados com todo o processo, e precisarão de ajuda apenas em algumas etapas. Crianças menores em geral querem apenas brincar de gravar o próprio vídeo, e precisarão de orientação. Nesse caso, não será necessário publicá-lo na rede – o simples fato de criar algo que a família possa assistir depois é prêmio suficiente para elas.

Produzir vídeos também é uma maneira de entender os interesses dos filhos e de aproveitar um tempo em família, ajudando-os em uma primeira experiência que pode ser muito gratificante e enriquecedora para todos. 

Os jogos e a educação

Estratégias de gamificação vêm sendo aplicadas nas escolas inovadoras, e também funcionam em outros âmbitos da vida, como no trabalho ou em casa.

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Gamificação consiste em empregar mecânicas de jogo em ambientes lúdicos para potencializar a motivação, a concentração, o esforço… 

É necessário identificar bons jogos e ter clareza de quais oferecer, a depender dos objetivos desejados e da faixa etária.

Homo ludens

O célebre historiador holandês John Huizinga, demonstrou em seu livro Homo ludens que o lúdico é um elemento que constitui a própria natureza e cultura humanas, presente na linguagem e nas atividades produtivas e ritualísticas desde tempos imemoriais. Do bebê ao idoso, o jogo é um recurso de aprendizagem e de socialização. Por ser algo natural e intuitivo, podemos não nos dar conta de sua importância, mas há muito tempo já se conhece seu potencial em contextos educacionais.

 

Jogos bons, jogos ruins, jogos adequados

Não é verdade que todo e qualquer jogo traga ganhos. É necessário identificar bons jogos e ter clareza de quais oferecer, a depender dos objetivos desejados e da faixa etária. Essa “regra” se aplica a jogos tradicionais, a jogos de tabuleiro e também a nossos conhecidos jogos eletrônicos (qual adulto não se sente confuso em relação a isso?).

De um modo bastante genérico, bons jogos possuem objetivos e desafios, regras claras e lógicas, papéis diversificados, estruturas de recompensas estimulantes, diferentes habilidades envolvidas, narrativas instigantes e variáveis incontroláveis, como a sorte. É o que chamamos de “jogabilidade”.

Quando essas características estão bem dosadas em um jogo, vemos crianças, adolescentes e adultos sentirem-se desafiados a ponto de gritarem e pularem a cada lance bem sucedido ou ficarem horas a fio envolvidos em uma só partida. Os jogos ruins são aqueles que não apresentam esses elementos ou que não os equilibram de modo instigante. Costumam ser abandonados em… três, dois, um minuto!

Jogos adequados são aqueles que exigem dos jogadores habilidades, destrezas e conhecimentos instigantes, difíceis, desafiadores, mas realmente possíveis de serem superados por cada faixa etária. A escolha de jogos – seja na escola ou em casa – não deve inviabilizar a experiência lúdica, seja por demandas inacessíveis ou fáceis demais.

 

Os jogos e o desenvolvimento de bebês

Para as crianças de zero a três anos a brincadeira é o principal recurso de aprendizagem e desenvolvimento.

Quando brincamos com o bebê nos escondendo e aparecendo, ao mesmo tempo que exclamamos “Cadê?”, “Achou!”, muito acontece: ele se vincula afetivamente com seus cuidadores e desenvolve estabilidade emocional, estruturas básicas de pensamento lógico e matemático, e o prazer da interatividade, da surpresa e da confirmação de sua expectativa.

É muita coisa em uma brincadeira só! Existem mais do que suficientes estudos científicos para comprovar esses benefícios.

 

Regras, respeito ao próximo, trabalho em equipe: jogo e criança pequena

Paras crianças na primeira etapa do Ensino Fundamental – cerca de 6 a 10 anos – jogar é um exercício primordial. Ao jogar, elas precisam desenvolver autocontrole e persistência, convivendo com momentos de sucesso e de fracasso; aprendem a portar-se eticamente, respeitando as regras, mesmo se tiverem oportunidade de burlá-las; e experimentam a concentração e o foco, ainda uma conquista nessa etapa da vida.

Nessa idade, os jogos também representam a possibilidade de uma dinâmica de aula mais interessante, que permite que a movimentação física típica dessa idade seja acolhida de forma aliada a aprendizagens importantes.

Nas cidades, onde as crianças passam boa parte do tempo isoladas em suas casas ou apartamentos sem ter a oportunidade de vivenciar brincadeiras de rua, os jogos em times são um aprendizado importante para a convivência e para o desenvolvimento de espírito de equipe, sentido de colaboração e respeito aos próprios limites e aos dos colegas.

 

Espinhas, namoros, conflitos e… gamificação

Os jogos não perdem nenhuma importância entre pré-adolescentes e jovens, o que seu interesse por jogos eletrônicos comprova. Portanto, dentro de certos limites – sem substituir a família e os amigos –, a escola pode usar recursos lúdicos para apoiar esses meninos e meninas a enfrentar as dores e os prazeres dessa fase da vida tão especial.

Para esse público, jogos podem auxiliar no autoconhecimento, nas sensações de inadequação, no estranhamento em relação ao corpo e aos sentimentos, nos conflitos de autoridade com os pais e com o mundo e no desejo de ampliar conhecimentos e horizontes.

Por isso, jogos do tipo corporais e teatrais, jogos com desafios por equipes, jogos narrativos – como RPG e similares – são muito indicados para estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio.

Nos jogos, os alunos e os educadores podem explorar juntos situações que exigem leveza e bom-humor, que trabalham o contato físico, a exposição e o acolhimento entre os participantes e que, quando bem mediados, favorecem um clima mais solidário e humano no ambiente escolar. Nessa etapa da vida, isso facilitará o convívio, a disciplina, o interesse pela escola e, em consequência, a aprendizagem.

Os bons games exploram raciocínio lógico, pensamento estratégico, planejamento, memorização, criatividade, habilidades de comunicação e convivência multicultural – especialmente no caso dos jogos online. Nos mais complexos, vários desses elementos são combinados. Esses aspectos lhe soam familiares? Provavelmente sim, se você já ouviu falar nas “competências para o século XXI”: os jogos eletrônicos possibilitam vivências e experimentação de habilidades valorizadas hoje em dia.

Também é possível gamificar lições de casa, pesquisas, tarefas, aulas e seminários, introduzindo elementos típicos de jogos que são muito familiares aos estudantes, tais como recompensas colecionáveis, pontuações, níveis de dificuldade e etapas, narrativas e quizzes. Esses recursos costumam criar situações favoráveis à aprendizagem de conteúdos em qualquer área do conhecimento.

Os jogos e as brincadeiras têm, portanto, enorme potencial educativo. Quanto mais divertidos, melhor. Vale a pena bater um papo na escola de seus filhos sobre os benefícios dos jogos na educação. Também vale uma escapadinha da rotina para jogar com eles, aproveitando para fortalecer vínculos e compreendê-los melhor. Todo mundo sai ganhando.

 

Metodologias ativas para a aprendizagem

Uma metodologia ativa coloca o estudante em um papel protagonista em relação à construção da própria aprendizagem.

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Estratégias e didáticas que favorecem que os estudantes sejam protagonistas de sua aprendizagem, visando um melhor aproveitamento escolar e o desenvolvimento de atitudes mais coerentes com as demandas da atualidade.

Quanto mais as famílias compreenderem e apoiarem a escola na implementação de mudanças, maior será a chance de os estudantes se envolverem e assumirem posturas ativas, protagonistas, beneficiando-se ao máximo das novas possibilidades dentro da escola.

A educação pós era industrial

O modelo tradicional de escola, baseado em professores transmissores de informações e em provas, foi desenhado para atender as necessidades da “era industrial”, quando a hierarquia, a padronização e a repetição eram a grande inovação.

Hoje, na era do conhecimento, famílias e empresas tendem ao diálogo e à participação, crianças e jovens têm acesso a informações via internet e televisão, e novas profissões surgem a cada dia. O mercado de trabalho e a vida em geral demandam autonomia e espírito empreendedor, criatividade, capacidade de adaptação, pensamento crítico e inteligência emocional.

Embora escolas alternativas e menos tradicionais venham trabalhando nessa linha há décadas, é nesse contexto que as chamadas metodologias ativas vêm ganhando cada vez mais destaque no Ensino Básico e Superior, no Brasil e no mundo. Em uma busca na internet, você terá acesso a inúmeros artigos e estudos de caso e poderá se familiarizar mais com o tema.

Princípios das metodologias ativas

Chamamos de metodologias ativas um conjunto de metodologias, estratégias e didáticas elaboradas para que os alunos sejam protagonistas de sua aprendizagem, visando um melhor aproveitamento escolar e o desenvolvimento de atitudes mais coerentes com as demandas da atualidade.

Embora haja um conjunto de metodologias específicas descritas como ativas, qualquer atividade focada na aprendizagem que siga alguns princípios e formatos pode ser assim qualificada.

Metodologias ativas exigem dos alunos capacidade de levantar questões sobre temas específicos, buscar, organizar, analisar e validar dados e informações, elaborar e testar hipóteses, solucionar problemas, criar e planejar, aplicar conhecimentos em práticas diversas, trabalhar colaborativamente e desenvolver autoavaliação e avaliação de pares, entre outros.

Uma metodologia ativa elimina a atitude passiva do estudante e o coloca em um papel protagonista em relação à construção da própria aprendizagem. O professor passa a ser um mediador, um provocador, um orientador dos caminhos percorridos pelos alunos.

Aprendizagem baseada em projetos

Esse é um método bastante testado e difundido, e costuma entusiasmar as classes. Trata-se de organizar a aprendizagem a partir da elaboração de um projeto com um objetivo final. Os conteúdos vão sendo pesquisados, elaborados e aplicados pelos estudantes conforme o projeto é executado. Por exemplo, na construção de um avião em madeira, é possível explorar aprendizagens nas áreas de história e geografia, matemática e ciências, artes e línguas.

As aprendizagens podem seguir um currículo mais aberto, que caminha estritamente focado no interesse da classe, ou um currículo mais diretivo, no qual os educadores dirigem certos conteúdos de acordo com os contextos do projeto de maneira a torná-los significativos, vivenciados e aplicados pelos alunos.

As formas de avaliação são várias e podem ocorrer ao longo do projeto, conforme os estudantes vão passando pelas etapas planejadas, ou mesmo com verificações de aprendizagem ao final do trabalho.

Ensino híbrido e aula invertida

Essas são propostas recentes que têm ganhado espaço por apresentarem resultados satisfatórios e muita flexibilidade de uso para diversos tipos de escolas e alunos.

O ensino híbrido mescla recursos presenciais com virtuais de modo a ampliar as possibilidades de fontes de estudo, antes restritas ao espaço da sala de aula ou da escola.

Com recursos digitais é possível trazer para dentro da classe os museus mais importantes do mundo, documentos e monumentos históricos, manifestações de culturas tradicionais ou distantes, além de profissionais dos mais diversos tipos com os quais alunos podem interagir para obter um aprendizado vivo e estimulante.

No caso da aula invertida, os recursos digitais são estudados previamente e os alunos chegam às aulas com perguntas, dúvidas e pontos a debater sobre o tema em estudo, tornando os momentos com a presença de professor mais ricos e proveitosos.

Aprendizagem entre pares

Esse método baseia-se na troca e interação entre estudantes. Em um desenho mais formal, duplas respondem a um mesmo questionário ou roteiro inicial sobre o tema a ser explorado. Em seguida, a classe compara respostas e inicia-se o processo de aprendizagem a partir das dúvidas, problematizações e aspectos mais críticos do tema em estudo.

O método possibilita que o professor tenha um diagnóstico sobre o que os alunos podem ensinar uns aos outros, até que ponto podem caminhar sozinhos e quanto ele deverá interferir.

Há variações dessa estrutura, sem questionários iniciais, mas que também exploram a colaboração entre estudantes e a mediação do docente.

Parceria entre família e escola

Vale lembrar que as metodologias ativas mudam a visão tradicional de educação e podem causar insegurança nas famílias e, em alguns casos, nos alunos. Por isso, é importante que os pais conversem com as coordenações pedagógicas e com os professores para conhecer o que as escolas estão aplicando e compreender como acompanhar e apoiar os filhos nesses novos modelos de estudos. A parceria entre família e escola é mais do que bem-vinda para que essas inovações sejam confortáveis para todos e tenham êxito nos resultados de aprendizagem.

Quanto mais as famílias compreenderem e apoiarem a escola na implementação dessas mudanças, maior será a chance de os estudantes se envolverem e assumirem posturas ativas, protagonistas, beneficiando-se ao máximo das novas possibilidades dentro da escola.

Promover o pensamento crítico para a independência

Desenvolva a autonomia como atitude diante da vida.

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Questionar o mundo ao redor e analisar a veracidade das informações levando em conta evidências objetivas nos torna menos influenciáveis a manipulações e a informações errôneas.

O pensamento crítico é o processo intelectual que nos permite pensar de forma lógica e chegar a uma resposta sensata.

O pensamento crítico é um processo intelectual que se realiza de forma consciente e autorregulada e que exige usar a lógica para chegar a um juízo razoável analisando, avaliando, interpretando, inferindo e explicando a realidade por meio de questões evidenciáveis e objetivas. Consiste em ser receptivo à informação, questionando-a, sem aceitá-la de imediato.

Devemos usar a inteligência de maneira racional e eficaz

Pensamos o tempo todo, mas nosso cérebro não pode processar simultaneamente toda a informação que recebe. Assim, utilizamos alguns “atalhos” para funcionar de maneira adequada, o que faz com que, em muitos momentos, simplesmente acumulemos informação de maneira sistemática, sem parar para analisá-la, ou que baseemos o pensamento em preconceitos e outras ideias distorcidas. 

Apesar da comodidade que esse recurso proporciona, é imprescindível treinar desde cedo as habilidades necessárias para usar a inteligência e o conhecimento de maneira racional e eficaz.

As características do pensamento crítico, segundo o Miniguia para o pensamento crítico (2003) são:

  • • Receptividade: capacidade de realizar observações detalhadas sobre um objeto ou informação e emitir conclusões.
  • • Questionamento e reconstrução do saber: estar aberto a novas descobertas, relacionar conhecimentos novos com antigos.
  • • Questionamento permanente: não ser conformista; buscar e enunciar o porquê de tudo.
  • • Mente aberta: não ter opiniões rígidas, mas disposição para aceitar as ideias dos outros e reconhecer os próprios equívocos.
  • • Coragem intelectual: enfrentar as decisões difíceis ou não aceitar as críticas dos outros.
  • • Autorregulação: capacidade de controlar a maneira de pensar e de atuar.
  • • Controle emocional: manter a calma diante de ideias ou pensamentos contrários aos seus e não se deixar levar por impulsos.
  • • Avaliação justa: dar às opiniões e acontecimentos o valor que objetivamente mereçam.

Por que é importante que as crianças aprendam a pensar de maneira crítica?

As crianças estão sempre aprendendo, e o pensamento crítico lhes permite evitar a memorização e a rotina e realizar aprendizados significativos. Ou seja, pensar a partir do que estão aprendendo para que o conteúdo faça sentido para elas, e não seja uma mera acumulação de dados.

Pensar criticamente favorece a motivação e a curiosidade para aprender, já que a criança é o ator principal do processo, e não apenas um receptor de informação. Além disso, favorece o desempenho acadêmico, já que também prepara para a aquisição de competências matemáticas, de leitura e de escrita, e facilita a compreensão do método científico.

Assim, pensar de maneira crítica é pensar de maneira racional, levando em conta as possíveis opções e suas consequências, sem se deixar levar pelas emoções, o que constitui uma vantagem para resolver problemas e tomar decisões.

A capacidade de questionar a realidade e analisar a veracidade das informações levando em conta evidências objetivas também nos torna menos influenciáveis a manipulações e a informações errôneas.

Em síntese: pensar criticamente fomenta nas crianças a capacidade de antecipar acontecimentos e atuar diante deles com autonomia e responsabilidade; de ser mais flexíveis no nível cognitivo; de não se deixar levar por preconceitos; e de ser mais tolerante diante de diferentes pontos de vista.

Como desenvolver o pensamento crítico nas crianças?

Existem crianças são mais curiosas do que outras e questionam o mundo de maneira natural. No entanto, todas podem aprender habilidades de pensamento crítico, e tanto pais como professores são os melhores orientadores desse processo. A seguir, apresentamos sugestões de atividades para desenvolver o pensamento crítico:

  • • Sempre que uma criança pergunta o porquê de alguma coisa, é importante não responder de modo direto, mas perguntar o que ela acha, para que primeiro chegue às próprias conclusões. Depois disso, o adulto pode fornecer informação adicional.
  • • Realizar atividades nas quais ela tenha que avaliar detalhes. Por exemplo, pedir que observe bem uma ilustração ou um quadro e perguntar: “O que você acha que está acontecendo aqui?”; “Por que acha que isso está acontecendo?”.
  • • Agir como modelo, pensando em voz alta quando precisar resolver um problema ou situação.
  • • Antes de uma leitura, seja um livro ou uma atividade para casa, fazer perguntas, para que a criança se conscientize da informação prévia que já tem sobre o tema.
  • • Ao terminar uma leitura ou atividade para casa, perguntar à criança o que ela sabia antes e o que sabe agora sobre o assunto, e se algo mudou em relação ao que pensava.
  • • Sempre que possível, permitir que a criança aprenda mediante projetos nos quais tenha que buscar, analisar, resumir e apresentar informações obtidas em várias fontes, pois isso exige que se aprofunde no assunto pesquisado.
  • • Ensiná-la a avaliar o trabalho de maneira objetiva. Por exemplo, pode registrar o que aprendeu – escrever a respeito implica tomar consciência do que sabe –, sintetizar, expor e, posteriormente, cotejar a informação que possui com a obtida em outras fontes (livros, enciclopédias etc.) para corrigir informações, incluir dados ou eliminar o que não é relevante.
  • • Trabalhar na realização de inferências. Por exemplo, tanto em um relato oral como em um filme ou texto, o adulto pode perguntar à criança por que determinados fatos acontecem e como ela os interpreta. Ao ler um texto, trabalhar com o estabelecimento de hipóteses, focando as perguntas não apenas em questões de memória (o que, como, quando, onde), mas também em aspectos que não constem de forma literal, mas que ela deve extrair de seus conhecimentos prévios.
  • • Ajudá-la a compreender conceitos de maneira crítica. Por exemplo, pedir à criança que procure um conceito no dicionário e depois perguntar o que aquele termo significa para ela, solicitando que o aplique em alguma frase ou em algum exemplo espontâneo.
  • • Ensinar a criança a trabalhar em equipe: compartilhar ideias com os outros, chegar a acordos e ceder em alguns aspectos.
  • • Treinar a criança a resolver problemas cotidianos: identificar o problema, fazer um levantamento de ideias sobre possíveis soluções, pensar em vantagens e desvantagens de cada uma e decidir qual é a melhor opção.
  • • Realizar debates sobre temas controversos nos quais a criança tenha que defender sua posição e também a contrária com argumentos, não com opiniões ou crenças.
  • • Ensinar a criança a comparar informações. Por exemplo, perguntar a ela em que se parecem e se diferenciam dois conceitos, personagens ou histórias.
  • • Quando ela se equivoca, fazer perguntas para ajudá-la a encontrar a solução correta e também estimulá-la a fazer perguntas para que se aprofunde na investigação e, em seguida, se corrija.
  • • Transmitir-lhe valores essenciais como empatia, responsabilidade, tolerância e justiça, e que os utilize nos questionamentos que fizer da realidade.
  • • Deixar, sempre que possível, que a criança decida com autonomia, para que aprenda a assumir a responsabilidade por suas decisões.

Paul, R. e Elder, Linda. La mini-guía para el pensamiento crítico – conceptos y herramientas. Fundación para el Pensamiento Crítico (2003).

Aprender a aprender: o desenvolvimento da autonomia do estudante

O aprendizado focado em memorização de conteúdos vem sendo substituído por metodologias que estimulam o aprender a pensar e a resolver problemas reais.

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O aprendizado focado em memorização de conteúdos vem sendo substituído por metodologias que estimulam o aprender a pensar criticamente e o aprender a aprender.

As escolas inovam e se reinventam para transformar suas práticas pedagógicas em experiências relevantes para todos os estudantes.

Novos tempos, novas exigências

Podemos dizer, com segurança, que a exigência sobre o estudante de hoje é bem mais complexa do que na primeira metade do século passado. Basta perceber o quanto decorar os afluentes de um rio – habilidade muito valorizada no tempo de nossos avós – é mais simples do que, por exemplo, compreender, analisar e criticar os fatores socioambientais que incidem sobre o ecossistema de um rio. Esse é o tipo de demanda que se coloca aos estudantes hoje.

É natural que se dê menos valor à memorização de fatos e datas em uma sociedade em que dados e informações objetivas podem ser obtidos rapidamente na internet. A exigência passa a ser, então, a capacidade de transformar informações em conhecimento significativo e socialmente relevante.

Além disso, vivemos em uma sociedade que revisa e produz conhecimento em ritmo galopante, com o surgimento de novas profissões e a extinção de outras. Nesse contexto, outra exigência que nos é colocada é a de aprender por toda a vida, após as etapas formais de estudo, inclusive do Ensino Superior.

É hora de redescobrir a escola, mas uma nova escola

Em 1996, um importante relatório sobre a educação para o século 21 produzido para a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) por especialistas de todo o mundo motivou grandes debates, pesquisas e propostas de renovação pedagógica. Desde então, essas discussões têm influenciado significativamente o reposicionamento das prioridades educacionais em muitos países, inclusive no Brasil.

O relatório “Educação: um tesouro a descobrir” coloca a educação como fator central para o desenvolvimento e aponta quatro pilares nesse novo contexto: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver.

O primeiro pilar foi o que mais teve aderência mais rápida no mundo escolar, seja porque muitas escolas de vanguarda já vinham trabalhando nesse sentido, seja porque é o que apresenta mais consenso na comunidade educacional.  

A partir de então, o aprendizado mecânico, focado em memorização e conhecimento acrítico de conteúdos, foi sendo substituído por metodologias que estimulam o aprender a pensar criticamente e o aprender a aprender. Daí a necessidade de as escolas inovarem, se reinventarem, sabendo distinguir o que devem manter e o que devem transformar em suas práticas pedagógicas.

Aprender a aprender: do que estamos falando

O relatório citado aponta aprendizados que devem ser estimulados desde a primeira infância:

  • • O aprendizado da atenção, de processos lentos e aprofundados de apreensão, em oposição à velocidade usual de um clique na internet.
  • • A capacidade de memorização associativa, ou seja, de selecionar o que deve ser memorizado a fim de possibilitar a realização de combinações de informações, e não mais a memorização como um automatismo.
  • • A associação de uma cultura geral ampla com conhecimentos específicos aprofundados.
  • • O pensamento indutivo e lógico, assim como o dedutivo e analítico.

Nas escolas, isso foi concretizado em diferentes estratégias de ensino que, respeitando o desenvolvimento de cada idade, mas desde os pequeninos, têm como objetivo promover a autonomia do estudante para aprender por toda a vida.

Novas metodologias, novas habilidades

Por tudo isso, as escolas adotam novas metodologias que exigem protagonismo do aluno e lhe dão a oportunidade de, ao aprender conhecimentos das diversas disciplinas, desenvolver também habilidades específicas.

As habilidades envolvidas no aprender a aprender, ou aprender por toda a vida, são várias – algumas novas, outras nem tanto, mas que passam a ser mais valorizadas:

  • • Desenvolver a curiosidade e o prazer da descoberta.
  • • Identificar necessidades de aprendizagens para resolver problemas, dúvidas, curiosidades.
  • • Localizar informações, sabendo distinguir tipos de fontes adequadas.
  • • Avaliar a qualidade das informações ponderando critérios distintos.
  • • Analisar e aplicar conhecimentos nas mais diversas situações.
  • • Compreender e relacionar os fenômenos estudados a contextos sociais.
  • • Relacionar conhecimentos entre diversos campos de estudo, de forma intedisciplinar.
  • • Criar conhecimento novo.

Como saber se uma pessoa aprendeu a aprender? Quando ela tem autonomia para transformar informações em conhecimento, dando-lhes significado, sentido e utilidade. Em outras palavras, quando é capaz de utilizar de maneira própria todas essas habilidades para satisfazer suas necessidades de aprendizagem – pessoais,exigidas pelo mercado de trabalho ou para sua ação cidadã e transformadora. 

Redes Sociais na Educação: benefícios e riscos

Muitos especialistas garantem que o Facebook favorece a colaboração, a criatividade e a socialização.

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É cada vez mais difícil captar a atenção de crianças e adolescentes, tanto na escola quanto em casa. E as redes sociais podem ser um bom apoio para conseguir isso. 

As redes sociais servem atendem necessidades emocionais, sociais e de relacionamento dos jovens.

É cada vez mais difícil captar a atenção de crianças e adolescentes, especialmente na escola, mas também em casa. As redes sociais são um bom apoio para conseguir isso.

No entanto, a maior parte dos pais desconhece os processos de incorporação e aproveitamento das novas tecnologias na educação dos filhos.

O que os jovens fazem nas redes sociais? 

As redes sociais servem atendem necessidades emocionais, sociais e de relacionamento dos jovens. São usadas para compartilhar fotos, vídeos e comentários sobre seus estados de espírito, atividades individuais e momentos de diversão em grupo, assim como para organizar eventos ou encontros.

Diante desse panorama, fica claro como os elementos visuais se integram no cotidiano dos jovens, diferenciando-os em sua maneira de se relacionar com os outros. Entender esse processo e dar a ele a importância que merece é parte do desafio de pais e educadores, assim como incorporar o uso racional e seletivo dessas redes aos processos de ensino e aprendizagem.

Como fazer isso? 

Em primeiro lugar, é preciso definir uma dinâmica de uso coerente, ou seja, determinar regras claras para a utilização das redes e diferenciar o uso pessoal do uso educativo.

Depois, é importante criar estratégias e modelos de comunicação visual que convidem as crianças e os adolescentes a conectar seus pensamentos com as atividades cotidianas e a gestão do conhecimento.

Também é necessário identificar os pontos positivos e negativos de cada uma das redes sociais, para integrá-las às atividades familiares. O uso delas deve responder a um objetivo educativo e, portanto, ao tipo de interação que se deseja gerar em torno ao conteúdo. Qual é o objetivo? Responder a essa pergunta e conhecer as características de cada rede permitirão escolher e propor a rede social adequada.

Finalmente, mas não menos importante, deve-se conhecer as configurações de privacidade desses ambientes, e garantir a preservação da intimidade das crianças e adolescentes.

É possível que seja necessário ajudar os filhos a configurar esses espaços, e é imprescindível comentar os possíveis riscos a que estão expostos. Utilize mensagens claras, diretas e simples, sem recorrer a histórias complicadas. Explique objetivamente o que pode acontecer e como evitar problemas: esse é o objetivo.

Seguem algumas dicas e estratégias úteis para potencializar o uso de algumas redes sociais na área educativa.

  • • Grupos colaborativos no Facebook

Os grupos de Facebook podem ser espaços interessantes e seguros para a colaboração e a troca de informação. Seus membros podem compartilhar arquivos, vídeos, áudios, links etc. de maneira muito dinâmica e rápida.

Não é necessário que os integrantes do grupo sejam “amigos”, o que permite convidar outras pessoas a conversar sobre determinados temas e conseguir que jovens com interesses similares se comuniquem independentemente de suas relações pessoais.

Para aprofundar as estratégias educativas, o Facebook criou um guia específico para educadores, com recursos, links de interesse, exemplos de utilização e elementos relacionados à segurança e à privacidade, manterial muito útil para guiar os adolescentes nesse ambiente.

  • • Utilizar hashtag para…

Os usos do Twitter podem ser muito diversos. Em concreto, propõe-se a utilização de hashtag (#) para gerar uma conversa sobre determinado assunto, colocando em contato as diversas pessoas que tenham interesse em falar a respeito.

Essa rede pode ser um excelente recurso para famílias e amigos em torno de determinado evento ou acontecimento. Por exemplo, ao participar de uma comemoração, cada usuário pode utilizar uma hashtag específica para publicar comentários ou imagens relacionadas ao evento: um casamento, uma festa de aniversário, um fim de semana fora da cidade etc. Tudo pode servir para criar laços digitais entre amigos e familiares.

  • • Potencializar as habilidades dos jovens no Instagram

O uso do Instagram entre os jovens é um fato. Não é necessário motivá-los muito para potencializar o aproveitamento dessa rede. Aqui é importante descrever a imagem ou vídeo que publicam e como o categorizam por meio de diferentes hashtags. Isso potencializará as habilidades linguísticas dos jovens usuários de maneira espontânea.

Outro elemento importante a ter em conta é fornecer feedback direto e criar conversas online. Pais e filhos podem trocar comentários sobre experiências vividas dessa maneira – não podemos esquecer que essa é outra alternativa para estar contato!

  • • Pinterest

Quem nunca teve acesso a um mural de anúncios? O Pinterest pode ser uma ferramenta muito útil para mostrar notícias e atividades e convidar pais, amigos e familiares a descobrir as produções dos jovens.

Categorizar os conteúdos permite que outras pessoas aproveitem os recursos expostos. Os jovens podem ser responsáveis por tirar fotos e publicar anúncios que mostrem, por exemplo, as aprendizagens obtidas a partir de uma excursão. Gerar murais que integrem elementos diversos pode enriquecer a experiência e dar informação aos pais sobre o tipo de atividade de interesse dos filhos.

As redes sociais e seus riscos

Não podemos esquecer que todas essas ações têm riscos. Os pais precisam orientar os jovens a respeito e estar presentes para evitá-los.

Os perigos nas redes, como na vida, estão presentes a todo momento: conhecer um estranho, estabelecer contato com ele e gerar vínculos de confiança com as pessoas erradas são alguns deles.

Os jovens devem ser conscientes de que as informações que publicam oferecem dados sobre suas preferências, desejos, interesses, preocupações, ambientes por onde circulam e detalhes que revelam parte de sua intimidade.

Diferenciar as palavras “intimidade” e “privacidade” é importante para evitar riscos. Mostrar, por exemplo, fotos familiares pode não implicar nenhum risco, mas fornecer dados sobre a localização do encontro ou um momento em que se estará sozinho em casa pode ser perigoso.

Também há riscos na criação da rede de contatos. Diferenciar a quem se dirigem em cada momento é vital, e para isso é preciso buscar o ambiente mais apropriado para cada uma das publicações realizadas.

Por exemplo, pode-se publicar em um grupo fechado de Facebook fotos do evento familiar do fim de semana e escrever comentários associados à experiência, mas no perfil público basta uma fotografia do ambiente em que se esteve. Para isso, é preciso conhecer as ferramentas da rede e, especialmente, as possiblidades de publicação e uso disponíveis.

O que fazer diante dos riscos?

O primeiro elemento a ter em conta é conseguir uma “escuta ativa” dos perfis dos filhos. Isso permite zelar pelo uso que fazem de cada uma das redes e poder reagir a tempo em caso de uso inapropriado da ferramenta. Para isso, é importante conseguir que eles permitam aos pais entrar em seus ambientes.

O segundo elemento é o respeito que anda junto com a confiança. Os pais devem compreender que as redes são espaços de trocas sociais onde os jovens e adolescentes se mostram como são. Isso implica conseguir respeitar as manifestações e os estilos deles, para, em troca, estar em contato com suas condutas e comportamentos.

Orientações que partem do respeito e da confiança sempre podem ser bem aceitas. Por outro lado, se houver falta de respeito em uma aproximação pela imposição, possivelmente se perderá acesso às permissões de visualização dos perfis na rede e, com isso, a possibilidade de uma possível intervenção em caso de necessidade.

O terceiro elemento, mas não menos importante, é a comunicação. Se os pais abrirem um caminho de comunicação direta com os filhos conseguirão oferecer a eles estratégias, modelos e guias sobre a forma e os estilos de interação nas redes sociais.

Em síntese, devemos lembrar de que as redes são um espaço de aproximação com os filhos e podem ser grandes aliadas. Precisamos apenas aprender as maneiras mais seguras e interessantes de aproveitar esses ambientes. O desafio é começar!

Colaboração e criatividade com as tecnologias digitais

As tecnologias e as redes sociais podem servir como excelentes ferramentas de aprendizagem.

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As redes sociais podem ser aliadas das escolas, com excelentes resultados de engajamento e, consequentemente, de aprendizagem. Veja como! 

Boa notícia!

As redes sociais têm sido fonte permanente de angústia para pais e mães, em dúvida sobre seus benefícios e malefícios. A boa notícia é que elas podem ser aliadas das escolas, com excelentes resultados de engajamento e, consequentemente, de aprendizagem. Os próprios jovens nos dão uma pista, ao utilizar o aplicativo Whatsapp para “pegar” lição de casa, tirar dúvidas sobre exercícios e conteúdos com colegas e organizar trabalhos em grupo.

O uso de redes sociais pode ir muito além. Embora muito se tenha falado sobre “nativos digitais”, hoje sabemos que essa geração poderia explorar de forma muito mais ampla e variada o potencial das tecnologias digitais.

Os alunos usam o Whatsapp para “pegar” lição de casa, tirar dúvidas com colegas e organizar trabalhos em grupo.

Aprendizagem em rede

Elementos positivos identificados por algumas das teorias de aprendizagem, como a existência de vínculos afetivos e de atenção individualizada, estão presentes em ambientes de redes sociais. Por exemplo, nicknames (apelidos) e fotografias dos alunos criam um ambiente descontraído, além de permitir que os adolescentes cultivem sua identidade, o que é muito importante nessa etapa da vida.

O fato de, em uma rede social, a comunicação entre as pessoas acontecer de maneira espontânea e menos organizada por sua natureza digital e fluida, possibilita aos próprios estudantes ensinar e aprender uns com os outros, conforme surgem dúvidas e ideias ao entrar em contato com os conteúdos e as tarefas propostas pelos professores. Os alunos podem receber explicações de colegas na linguagem própria de sua idade, além de alternarem situações em que cada um ensina e aprende com os demais.

Cria-se então um ambiente onde os jovens sentem maior confiança em tirar suas dúvidas – por um lado, estão mais expostos; por outro, sentem-se mais acolhidos.

A mediação dos educadores é fundamental para manter a turma com uma atitude positiva, caso o próprio grupo não se auto-regule de modo satisfatório. Na medida em que o professor participa da mesma rede que sua turma, identifica com mais facilidade mensagens que revelam a dificuldade de cada aluno, podendo incidir sobre a questão, seja pessoalmente, seja incentivando colegas a fazê-lo.

Enfim, essa rede horizontal de relações e comunicação possibilita uma dinâmica muito favorável entre os estudantes e entre estudantes e professores.

Trabalho em grupo, de verdade

Ao participar de uma rede social com sua classe, o professor tem o poder de um big brother (grande irmão), com ampla visibilidade das ações de todos os alunos. Isso significa que pode identificar, em trabalhos em grupo, quem realmente colabora na elaboração das tarefas, em que horários do dia e por quanto tempo participa, que tipo de intervenção faz e quais os produtos elaborados. Tudo isso facilita a avaliação, a interferẽncia e até o planejamento do docente para próximos trabalhos, pois conhecerá melhor os hábitos digitais de suas turmas.

Além disso, a visibilidade que todos os alunos têm entre si em uma mesma rede social facilita e dá maior agilidade à gestão de tempo e à distribuição de tarefas entre eles.

Esses são alguns dos aspectos que tornam muito mais produtivos os trabalhos em equipe nesses ambientes.

Produtores orgulhosos e competentes

As redes sociais são, por excelência, uma vitrine. Todos sabemos o quanto o exibicionismo faz parte dos ambientes virtuais. Quem não se preocupa com sua popularidade nas redes, com likes, com visualizações etc?

Uma classe que trabalha em uma rede social provavelmente deverá apresentar os resultados de suas pesquisas por meio de produtos em meios digitais. Serão elaboradas apresentações, áudios, vídeos, fotografias, memes, artes, gráficos, textos e uma infinidade de outros formatos que demonstrarão o quanto os estudantes aprenderam e o quanto conseguiram criar a partir de determinado tema de estudo.

Quanto mais se perceberem competentes em sua produção escolar, maior será o desejo de exibi-la. E quanto mais se sentirem reconhecidos por seus esforços e resultados, mais vontade terão de aprimorar suas competências e destrezas. Está aí, portanto, outro ganho que as redes sociais agregam aos processo de aprendizagem de nossos filhos: torná-los estudantes competentes e orgulhosos de seu sucesso escolar, enxergando nisso um valor social importante.

Apontamos aqui algumas das vantagens do uso educativo de redes sociais para jovens que já são experts e contumazes usuários desse tipo de ambiente. Então, por que não aproveitarmos essa predisposição e tirar o melhor delas para a aprendizagem escolar? Mas atenção! É preciso manter o clima descontraído, livre e divertido que os jovens apreciam, caso contrário, eles fugirão das redes sociais escolares e perderemos essa grande oportunidade.

8 ideias para colocar em prática nas férias do seu filho

8 ideias para colocar em prática nas férias do seu filho

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Para algumas pessoas, especialmente as pequenas e os pequenos, parece que já estamos na reta final das férias. Mas, de qualquer modo, ainda há muito tempo para descansar e se divertir em casa ou durante as famosas viagens em família! Nessa etapa, há muitos adultos que já se perguntam sobre o que mais podem fazer om as crianças. Vamos pensar sobre?  

Além de ser um momento de dar um pause na rotina escolar, as férias escolares são uma ótima oportunidade para estreitar os vínculos entre pais, filhos, responsáveis e amigos. E tudo isso pode ser feito de maneira encantadora e lúdica, o que nos remete ao universo infinito de brincadeiras e atividades que podem ser adaptadas à realidade de cada grupo.  

Para trazer insights e inspiração, anote nossas dicas e ganhe aquele fôlego extra para colocar a criançada para gastar energia e aproveitar esse momento tão importante ao lado de quem está pronto para encarar tudo o que há de mais legal nesse período do ano!  

#1 CAÇA AO TESOURO 

Desenvolvendo habilidades como cooperação, resolução de problemas e trabalho em equipe, a brincadeira de caça ao tesouro é realizada com base em pistas que levam ao tesouro. Sendo assim, esconda um objeto e crie desafios que levarão a turma até a recompensa desejada. Importante: tenha em mente que uma pista deve abrir os caminhos para a próxima! Para estimular o raciocínio lógico, você pode criar charadas, como: “estou sempre sentada no sofá, mas não sou uma pessoa”. Sabe do que estamos falando? Acertou quem pensou em “almofada”!  

#2 BOLICHE 

Com uma torre de copos plásticos e uma bola, as crianças se divertem com o boliche caseiro! Além de estimular a coordenação motora, os pequenos ainda desenvolvem a matemática ao realizar a soma de pontos. Se possível, anote o número de acertos em cada rodada e, assim, crie uma jornada que levará ao nome do vencedor! 

#3 STOP 

Para as crianças que já foram alfabetizadas, o Stop ou Adedonha, é um jogo incrível para desenvolver ganho de vocabulário, velocidade na escrita e concentração; tudo embalado por uma boa competição saudável e divertida. Basicamente, é necessário uma folha de papel em que você possa fazer divisões relacionadas aos temas, como: nome, cor, lugar, comida, banda ou artista e música. Aqui, não há um padrão e quem dita as regras é a criatividade. Depois, realize o sorteio de uma letra e preencha as categorias com palavras que comecem com ela. Para ficar mais claro, imagine que temos colunas com as categorias ditas acima e a letra sorteada é a letra “A”. Os blocos poderiam ser preenchidos com: 

NOME – Ana 

COR – Amarelo 

LUGAR – Amapá 

COMIDA – Arroz 

BANDA – Arnaldo Antunes 

MÚSICA – A Letra A (Nando Reis) 

A ideia é preencher os campos o mais rápido possível, de modo que a primeira pessoa a terminar deve gritar “Stop”. Neste momento, todos param de escrever. A mecânica de pontuação é bem simples: cada resposta correta vale 10 pontos e as respostas repetidas deverão pontuar 5 pontos. O vencedor é aquele que somar a maior pontuação!  

#4 PINTURA COM ÁGUA 

Que tal pintar sem tinta? Com apenas papelão e água, as crianças se divertem com a ideia de pintar com água. Sem bagunça e sujeira, essa é uma ótima opção, pois basta molhar o pincel e passar no papelão para criar figuras. Utilizando a criatividade e a imaginação, os pequenos vão achar incrível ver suas obras sendo criadas com apenas água.  

#5 TRAVA-LÍNGUA 

Além de estimular a fala, o trava-língua é uma maneira divertida de ampliar o vocabulário. 

Comece sempre por frases mais simples e, depois, vá aumentando a dificuldade conforme for necessário. Algumas ideias são: 

  • O rato roeu a roupa do rei de roma.  
  • Chega de cheiro de cera suja. 
  • Pedro pregou um prego na porta preta. 

  • Teto sujo, chão sujo. 

#6 MASSINHA CASEIRA 

Que tal colocar a mão na massa, literalmente?  

A massinha caseira é um sucesso entre as crianças! Além disso, é uma brincadeira divertida e que trabalha a imaginação. Os pequenos ainda têm a oportunidade de fazer a sua própria massinha, estimulando uma pegada maker. Então, anote a receita: 

  • 4 copos de farinha de trigo 

  • 1 copo de sal 
  • 1 copo e meio de água 
  • 2 colheres de sopa de óleo 
  • 1 colher de sopa de vinagre 
  • Corante alimentar  

Junte os ingredientes e misture com as mãos. Se ficar muito seco, acrescente água, mas caso a massa fique mole demais, adicione mais farinha até dar o ponto de massinha de modelar. Por fim, adicione o corante para dar cor e, depois, é só deixar a imaginação fluir!  

#7 DOBRADURAS 

Criar com as próprias mãos é sempre um sucesso! Então, aposte nas dobraduras e crie aviões, barcos e até mesmo fantoches.  

Essa atividade promove o desenvolvimento da coordenação motora e da imaginação. Afinal, após realizar a dobradura, as crianças podem colorir as figuras criadas da maneira que preferirem.  

Para deixar essa atividade mais fácil, reunimos alguns tutoriais do canal Guiainfantil Brasil que você pode utilizar: 

#8 JOGOS DE TABULEIRO 

Os tradicionais jogos de tabuleiro sempre são uma ótima opção para se divertir com as crianças, mas vão muito além da diversão! Geralmente, estimulam a concentração e a competitividade.  

Alguns exemplos de jogos que você pode utilizar são: 

  • Xadrez
  • Dama
  • Ludo

E aí, partiu brincar? 1, 2, 3: tá com você! 

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A volta às aulas é um grande desafio para toda a comunidade escolar: enquanto os professores e a coordenação se preparam para um novo ano letivo recheado de desafios; os estudantes podem experimentar diversos sentimentos, desde a euforia por rever os amigos, até o saudosismo pelos momentos de descanso. Já os que chegam agora à escola podem vivenciar um período de insegurança e incerteza.  Claro, não podemos deixar os pais e os responsáveis de fora dessa equação, já que há um receio natural a respeito de como os filhos irão lidar com esse momento.  

Sabemos que, principalmente para os estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental Anos Iniciais, há um período de adaptação na volta às aulas e esse tempo é essencial para os próximos meses. Sendo assim, a escola deve estar pronta  para lidar com essa situação com tranquilidade e acolhimento. Do outro lado, os responsáveis podem trazer o assunto em conversas familiares, de diferentes maneiras, enfatizando a importância da escola e os lados positivos de voltar à rotina. Pensando nisso, reunimos 4 dicas que podem auxiliar os pais neste momento tão importante. 

#1 Preparação  

Da compra do material escolar ao uniforme, envolva o estudante nos preparativos sempre que possível! Isso vale também para os pontos mais simples, como a identificação dos objetos que farão parte da rotina. Além de já irem entrando no clima, há a oportunidade de estimular o senso de responsabilidade com esses elementos que acompanharão o estudante ao longo de todo ano. Na véspera do início das aulas, realize a organização em equipe: chame o aluno para que ele escolha a roupa que vai usar para ir ao colégio, separe os materiais que serão utilizados no primeiro dia e já programe o lanche que será enviado. Tudo isso pode parecer simples, mas as atividades compartilhadas têm a capacidade de fazer com que as crianças se sintam muito mais pertencentes e tenham um início de ano letivo muito mais tranquilo. Outra dica é fazer o percurso até a escola e, quem sabe, aproveitar o trajeto para compartilhar experiências que possam inspirar! 

#2 Pontos positivos 

Nem toda criança entende com clareza o motivo pelo qual frequenta a escola. Afinal, em um mundo tão repleto de atividades, estudar pode ser tido como apenas uma obrigação. Desta maneira, é importante que os responsáveis expliquem  porque o aluno vai à escola todos os dias e o quanto é importante e gostoso aprender. Para que isso seja mais lúdico e palpável para o estudante, diga coisas boas sobre a escola, fale sobre as atividades que serão realizadas e destaque aquilo que mais pode chamar a atenção, como: pintar, brincar, cantar e fazer amigos! Deixe também que ele relembre o que gostava de fazer no ano anterior. Há inúmeros pontos que podem ser abordados nessa conversa e que vão deixar a criança animada e disposta para ir ao colégio.  

#3 Rotina 

Criar uma rotina é essencial para que a criança entenda quais atividades serão realizadas ao decorrer do dia e da semana. Sendo assim, sinalize o horário em que ela estará na escola, quando realizará as refeições, o dever de casa e a hora de dormir, por exemplo, além dos momentos livres e de brincadeiras. Com isso, o aluno passará a criar hábitos, entenderá que deve cumprir todas as atividades listadas e saberá que os momentos mais divertidos também tem lugar no seu dia-a-dia. Inclua as pequenas e os pequenos no planejamento familiar, atribuindo, dentro do possível, responsabilidades e tomadas de decisão. 

#4 Pergunte sobre o dia  

A atenção dos responsáveis é essencial durante todo ano letivo, mas, no início do ano é primordial que eles estejam mais próximos e acompanhem os alunos. Sendo assim, demonstre interesse sobre o dia da criança na escola e faça perguntas além do tradicional questionamento “como foi o seu dia na escola?”.  Aproveite para perguntar sobre os colegas, os novos professores, o que foi aprendido no dia, como foi o intervalo e se o estudante está gostando de ir para escola. Repare se há algum tipo de mudança de comportamento, já que nem sempre os mais novos têm a capacidade de elaborar sentimentos; sem falar no receio de parecerem inadequados ao fazerem algum tipo de reclamação. Esteja pronto para acolher, dividir suas experiências e demonstrar que a escola é um universo de grandes oportunidades! 

Como você notou, é possível fazer do período de adaptação um processo leve e tranquilo, colocando essas dicas em prática. Você, como responsável, é a maior referência do seu filho. Por isso, esteja perto das crianças durante esse momento e estimule a confiança delas. 

Bom início de ano a todos!

 

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