O papel do professor quando assume o espaço de curador em nome de experiências que levem à aprendizagem

O papel do professor quando assume o espaço de curador em nome de experiências que levem à aprendizagem

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Hoje, a geração dos chamados “nativos digitais” não é capaz de imaginar como era a vida antes da existência de ferramentas e dispositivos, como Google e smartphones, respectivamente. E o que dizer, então, das famosas enciclopédias, que muitos de nós tivemos como importante fonte de pesquisa na hora de realizar trabalhos escolares quando éramos estudantes? Há, entre os mais jovens da geração Z, aqueles que sequer tiveram contato com clássicos da literatura em sua forma física. Esses são apenas alguns indicativos de como a maneira como nos relacionamos com os gestos de ensinar e aprender mudou radicalmente e segue em constante transformação em função de transformações macro, capazes de alterar hábitos e comportamentos de toda uma sociedade. Diante desse cenário, há que se pensar que mudam também os perfis e os papéis do professor, que, mais do que nunca, se vê na desafiadora posição de curador.

Pode-se dizer, inclusive, que o professor curador é um símbolo da educação no Século 21, um período pautado pela hiperconectividade. O papel desse profissional tão essencial para qualquer sociedade vai além de “filtrar” conteúdos confiáveis para que possam ser disseminados entre os alunos. Também é dele a responsabilidade de fazer com que os discentes desenvolvam a habilidade de julgar, por conta própria, o que é ou não é válido em meio à chamada “infodemia” nascida com a internet: o fluxo infinito de informações que se espalha em alta velocidade na rede, muitas vezes sem checagem adequada.

Nem todo conteúdo é rei

Em 1996, Bill Gates, fundador do verdadeiro império chamado Microsoft, escreveu um artigo intitulado “Content is king” (“conteúdo é rei”). Nesse texto, ele falava a respeito de suas visões sobre a importância do conteúdo na era da internet. A frase que dá nome ao artigo se tornou célebre e, basicamente, previu o mundo em que vivemos hoje: quando o assunto é o universo online, os criadores de conteúdo são a força motriz da produção cultural e, também, financeira. Mas, como em outras esferas da vida, para cada conteúdo de qualidade, há incontáveis outros sem qualquer embasamento. Pior: há outros tantos que nem mesmo têm compromisso com a verdade. Não à toa, a expressão “fake news” tornou-se corriqueira e muito utilizada especialmente em tempos recentes, de eleições (em 2017, foi inclusive eleita “palavra do ano” pelo prestigiado dicionário Collins).

Nesse contexto, a figura do curador passou a ganhar cada vez mais importância. Para se ter uma base de comparação, nos bastidores de aplicativos como o TikTok, por exemplo, há times de curadores responsáveis por destacar conteúdos com mais potencial de engajamento. Nem todo trabalho de seleção do que vai pegar fica a cargo de algoritmos e associações ao acaso.

Os nativos digitais crescem com todo o conteúdo do mundo à disposição, a apenas um clique de distância: de informação a filmes, passando por música e toda sorte de entretenimento. Mas esses jovens muitas vezes não estão mental e intelectualmente equipados para selecionar o que é de fato um conteúdo de qualidade e, em inúmeras situações, nem mesmo distinguir o que é verídico. Um exemplo dessa inabilidade frente ao oceano de conteúdo na internet veio sob a forma de um número alarmante: em 2021, informações do relatório “Leitores do século 21: desenvolvendo habilidades de alfabetização em um mundo digital”, divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostraram que 67% dos alunos brasileiros de 15 anos (quase sete em cada dez) não eram capazes de diferenciar entre fatos e opiniões. O relatório foi feito com base nos resultados do Pisa 2018 (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).

Pandemia e a disseminação do ensino EAD

A necessidade do ensino a distância durante a pandemia de Covid-19 escancarou ainda mais a importância de o professor abraçar o papel de curador. Com o processo de aprendizagem ocorrendo majoritariamente no ambiente online, o docente se viu diante da necessidade de encontrar as melhores ferramentas para a disseminação de conhecimento por meio de dispositivos que trazem a tecnologia com grande mediadora do processo de aprendizagem. Coube a ele fazer a curadoria não só do conteúdo que melhor se adaptava a esse contexto, como também curar as ferramentas digitais mais adequadas.

O professor curador é parte essencial dos paradigmas educacionais da atualidade: sai de cena a figura do “mestre”, posto que é assumido pela figura do “facilitador”, do “orientador” e, claro, do curador.

O que mudou, afinal?

O uso da internet no meio educacional, maior a cada dia que passa, promove uma alteração crucial nos processos de aprendizagem: antes, o professor era visto como o principal detentor de dados/informações e era responsável por transmitir essas informações aos estudantes. Hoje, dados e informações estão disponíveis em larga escala para qualquer pessoa com acesso a dispositivos conectados à internet. Isso não significa, no entanto, que qualquer um pode se tornar autodidata se tiver acesso ao Google. É aí que entra o professor como um orientador, como aquele que irá facilitar a construção de conhecimento por parte dos estudantes ao guiá-los frente à vastidão de informações disponíveis. É também nesse contexto que é possível enxergar a importância de o professor atuar como curador.

O perfil do professor curador

O professor curador é um profissional em constante atualização. Para oferecer a melhor trilha de conteúdo e as melhores ferramentas aos alunos, é preciso que ele próprio estude de maneira constante, mantendo-se à frente do que acontece no universo acerca da disciplina lecionada. “Trilha”, aliás, é uma palavra-chave: o professor curador é responsável por selecionar conteúdos que facilitam ao aluno criar uma trilha individual de aprendizado. “Mais interessante que elaborar novos conteúdos, o professor curador direciona seus esforços para identificar conteúdos existentes e elaborar uma trilha para o aprendizado dos jovens”, resumiu Miguel Thompson, ex-Diretor Acadêmico da Fundação Santillana no Brasil, morto em 2021.

A aprendizagem ativa serve muito bem a esse contexto: usando os materiais propostos pelo professor curador, o aluno pode ser guiado a assumir uma postura ativa na busca e na implementação do conhecimento de maneira prática. Também é importante que os conteúdos selecionados para as aulas sejam instigantes, para engajar os alunos.

Além da curadoria propriamente dita, esse “novo” professor deve buscar algumas outras habilidades, entre elas: capacidade de liderança por meio do exemplo (já que a figura do professor autoritário é ultrapassada), competências socioemocionais (para guiar os alunos no desenvolvimento da empatia e no gerenciamento de emoções, ambas caract
erísticas valorizadas no mercado de trabalho atual) e interdisciplinaridade (para implementar a resolução de problemas por meio da transversalidade entre diferentes áreas de conhecimento).

Experiências de aprendizagem

No momento em que o professor passa de detentor exclusivo do conhecimento para facilitador da aprendizagem, nasce a necessidade de se  pensar a respeito de como fazer com que o aluno aprenda de fato. O paradigma do “estudar para decorar”, por exemplo, caiu por terra: o que se busca hoje é que seja construído conhecimento que de fato sirva ao aluno.

Sai a “decoreba”, entram novas possibilidades, como a aprendizagem ativa. Fazer com que o aluno se torne o centro do processo de aprendizagem é um dos caminhos para o professor como curador. Nesse cenário, o professor oferece ao aluno as ferramentas para que ele deixe de lado a postura passiva de ouvinte e participe de atividades que o façam pensar de maneira prática sobre determinado assunto, disciplina ou problema.

É importante ter em perspectiva que todo professor faz curadoria em um momento ou outro. Mas, no contexto de assumir de fato a postura de professor curador, deve-se olhar para o processo da curadoria e para os objetivos desse processo. Trocar experiências com outros professores também pode ser muito valioso.

Como se faz curadoria

O conhecimento amplo, profundo e atualizado sobre um assunto, aliado à capacidade de análise crítica e ao poder de decisão é o mix que faz de alguém um bom curador. No processo curatorial, há três etapas básicas: pesquisa, seleção e divulgação/compartilhamento. O professor deve realizar esse ciclo sempre tendo em mente qual tipo de conteúdo tem maior possibilidade de atrair e engajar os alunos, sem deixar de servir ao que é proposto pela instituição de ensino e currículo da disciplina em si.

Formando cidadãos com capacidade analítica e crítica

Na era das fake news, é essencial ao professor formar cidadãos com capacidade crítica e analítica, capazes de encontrar fontes confiáveis, analisar dados por conta própria e embasar opiniões por meio de pesquisa.

Como exposto acima, o curador precisa ser um exímio conhecedor do objeto da curadoria, visto que ele é responsável por selecionar o que há de mais representativo dentro de um determinado universo. O mesmo fenômeno ocorre com o professor curador: muito depois de ter se formado em uma determinada área, esse profissional precisa se manter estudando, atualizado no que ocorre em seu campo de pesquisa, para assim proporcionar uma aprendizagem contemporânea. Mas não é apenas isso. O professor curador deve formar “curadores” em potencial. Não no sentido de carreira profissional, mas num sentido mais amplo e, talvez, mais urgente: é preciso que esses jovens tenham a capacidade de filtrar as informações que recebem, fazendo também uma espécie de curadoria antes de tomar algo como fato ou de repassar uma informação ao seu círculo social.

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Como estimular a leitura em jovens digitais?

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Em um mundo com tanta oferta de estímulos e informação, como criar e incentivar o hábito da leitura entre as crianças e os jovens? Como estabelecer as condições necessárias para que um livro – ou qualquer outro produto cultural baseado na escrita – possa ser consumido de forma equilibrada pelos indivíduos frente à praticidade e ao entretenimento encontrados, por exemplo, nas redes sociais e nos streamings de conteúdo audiovisual?

“Questões tão complexas não costumam apresentar respostas definitivas, o que pode ser visto como um convite para testarmos diferentes abordagens e, assim, desenharmos estratégias customizadas para cada pessoa ou grupo de pessoas”, comenta Leonardo Rabelo, Gerente de Serviços Educacionais da Santillana Educação.

“Especialmente em um país como o Brasil, pautado por uma enorme diversidade de hábitos e costumes, temos que estar dispostos a colocar em prática ações que se complementem e que tenham relação direta com o universo da criança e do jovem que queremos atrair para o contexto da leitura”, complementa Leonardo.

Pensando nisso, preparamos um grupo de dicas para quem quer aumentar a comunidade de leitores no país!

  • • Assuma o papel do influenciador – Isso mesmo: seja o leitor que você quer ver nas outras pessoas! Em um cenário marcado por relações cada vez mais horizontais, as referências podem ser mais eficientes do que os pedidos. Em outras palavras: demonstrar, genuinamente, o seu prazer e os benefícios que a leitura traz para você deve ser o primeiro passo para despertar a curiosidade nas crianças e nos jovens, que naturalmente estão em busca de inspiração.
  • • Curadoria de histórias que fazem sentido para quem lê – Na hora de indicar uma leitura, fuja do padrão, das listas já conhecidas e surpreenda-se! Ao nos desvencilharmos da ideia de que apenas os clássicos têm valor, por exemplo, ampliamos as possibilidades de encantar as pessoas. Em vez de pensar “o que eu gostaria de ler?”, coloque-se no lugar da outra pessoa e imagine o que vai fazer sentido para ela.
  • • Longo prazo – Criar o hábito da leitura é proporcionar à pessoa um estilo de vida que possa lhe acompanhar em todas as etapas de sua jornada. Por isso, mais do que a preocupação inicial com as “quantidades”, faça questão de proporcionar momentos de qualidade.
  • • Faça uso das tendências – Que tal intercalar o fichamento dos pontos mais importantes com a criação de um Reels ou um vídeo nos moldes do que fazem sucesso no TikTok? Inclusive, há muitos influenciadores digitais especializados em leitura e eles certamente podem ser uma ótima fonte de inspiração para quem vive antenado nas redes sociais.
  • • Abrace as tecnologias – Estimule experiências em que a tecnologia desempenha um papel interessante para quem busca a leitura. Para os pequenos, por exemplo, é possível explorar aplicativos que geram mais interatividade e imersão ao longo da história. Para os jovens, os aparelhos de leitura digital podem ser ótimas companhias para deslocamentos e passeios.
  • • Incentive a escrita – Assumir o protagonismo na contação de histórias é uma ótima pedida! Afinal, além de um grande estímulo à criatividade e várias outras habilidades relacionadas à escrita, ao terem a sensação de que também são autores, as crianças e os jovens se sentem mais próximos dos homens e mulheres que dão vida aos livros que chegam até eles.

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Emoções impactam a aprendizagem. Será?

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Você já assistiu ao filme “Divertida Mente”? Caso não, o que está esperando? Você não se arrependerá. Mas em caso de resposta positiva, deve se lembrar do papel fundamental que as emoções tinham. No filme, a alegria, a raiva, o medo e o nojinho foram personificados para tornar tudo mais didático.
Mas será que as emoções têm realmente impacto no nosso desenvolvimento? Na nossa aprendizagem? É o que nós vamos ver a seguir.

Pesquisas têm revelado que a emoção tem influência substancial nos processos cognitivos em humanos, incluindo alguns diretamente ligados ao que tanto almejamos: engajamento. Veja: percepção, atenção, aprendizagem, memória, raciocínio e resolução de problemas.
A emoção, portanto, tem influência particularmente forte na atenção, modulando a seletividade da atenção e motivando a ação e o comportamento. Esse controle atencional e executivo está intimamente ligado aos processos de aprendizagem, já que as capacidades atencionais limitadas são mais bem focadas em informações relevantes. A emoção também facilita a codificação e ajuda na recuperação de informações de forma eficiente.
Mas, afinal, o que são emoções? Veja uma definição proposta por Panksepp (1998):
As emoções são os processos psiconeurais que influenciam no controle do vigor e na padronização das ações no fluxo dinâmico de intensos intercâmbios comportamentais entre os animais, bem como com certos objetos importantes para a sobrevivência. Portanto, cada emoção tem um “tom de sentimento” característico que é especialmente importante na codificação dos valores intrínsecos dessas interações, dependendo de sua probabilidade de promover ou impedir a sobrevivência (tanto no sentido “pessoal” imediato quanto no sentido “reprodutivo” de longo prazo). Sentimentos experienciais subjetivos surgem das interações de vários sistemas emocionais com os substratos cerebrais fundamentais do “eu”, que é importante na codificação de novas informações, bem como na recuperação de informações sobre eventos subsequentes e permitindo que os indivíduos generalizem novos eventos e tomem decisões de maneira eficiente.
Uma pesquisa realizada em 1998, por Larry Cahill e James McGaugh intitulada “Mechanisms of emotional arousaland lasting declarative memory” fez um teste muito simples, envolvendo imagens consideradas emocionais e imagens consideradas neutras, pessoas assistiram a esses filmes com tais imagens e foram submetidos a sessões de tomografias durante o processo. Ao final da pesquisa, os estudiosos concluíram, a partir de outros dados, que os participantes da pesquisa lembraram de muitos mais itens vistos no filme emocional, que no filme considerado neutro. Tudo isso só demonstra a importância da emoção na memória e na atenção.

Mas como aproveitar essa informação na prática?

1- Sempre pense em maneiras de contextualizar aquele conteúdo: através de situações reais ou fictícias, no dia-a-dia de um profissional, numa cena de filme.

2 – Varie as formas de abordar um mesmo conteúdo: vai falar sobre trigonometria? Que tal explorar as várias formas como esse conteúdo se aplica na nossa vida? Através de objetos, de uma ida à quadra de esportes ou na análise de imagem de uma escala/rampa?

3 – Atividades que valorizam a interação, como passeios a museus, rodas de conversa e criação, contribuem para um ambiente de aprendizagem mais rico e, consequentemente, mais atrativo emocionalmente, aumentando a motivação.

E aí, já pensou em como você pode aproveitar esses dados na sua prática?


Um super abraço digital,
Prof. Emilly Fidelix | @seligaprof

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Mas será que as emoções têm realmente impacto no nosso desenvolvimento? Na nossa aprendizagem? É o que nós vamos ver a seguir.

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A emoção, portanto, tem influência particularmente forte na atenção, modulando a seletividade da atenção e motivando a ação e o comportamento. Esse controle atencional e executivo está intimamente ligado aos processos de aprendizagem, já que as capacidades atencionais limitadas são mais bem focadas em informações relevantes. A emoção também facilita a codificação e ajuda na recuperação de informações de forma eficiente.
Mas, afinal, o que são emoções? Veja uma definição proposta por Panksepp (1998):
As emoções são os processos psiconeurais que influenciam no controle do vigor e na padronização das ações no fluxo dinâmico de intensos intercâmbios comportamentais entre os animais, bem como com certos objetos importantes para a sobrevivência. Portanto, cada emoção tem um “tom de sentimento” característico que é especialmente importante na codificação dos valores intrínsecos dessas interações, dependendo de sua probabilidade de promover ou impedir a sobrevivência (tanto no sentido “pessoal” imediato quanto no sentido “reprodutivo” de longo prazo). Sentimentos experienciais subjetivos surgem das interações de vários sistemas emocionais com os substratos cerebrais fundamentais do “eu”, que é importante na codificação de novas informações, bem como na recuperação de informações sobre eventos subsequentes e permitindo que os indivíduos generalizem novos eventos e tomem decisões de maneira eficiente.
Uma pesquisa realizada em 1998, por Larry Cahill e James McGaugh intitulada “Mechanisms of emotional arousaland lasting declarative memory” fez um teste muito simples, envolvendo imagens consideradas emocionais e imagens consideradas neutras, pessoas assistiram a esses filmes com tais imagens e foram submetidos a sessões de tomografias durante o processo. Ao final da pesquisa, os estudiosos concluíram, a partir de outros dados, que os participantes da pesquisa lembraram de muitos mais itens vistos no filme emocional, que no filme considerado neutro. Tudo isso só demonstra a importância da emoção na memória e na atenção.

Mas como aproveitar essa informação na prática?

1- Sempre pense em maneiras de contextualizar aquele conteúdo: através de situações reais ou fictícias, no dia-a-dia de um profissional, numa cena de filme.

2 – Varie as formas de abordar um mesmo conteúdo: vai falar sobre trigonometria? Que tal explorar as várias formas como esse conteúdo se aplica na nossa vida? Através de objetos, de uma ida à quadra de esportes ou na análise de imagem de uma escala/rampa?

3 – Atividades que valorizam a interação, como passeios a museus, rodas de conversa e criação, contribuem para um ambiente de aprendizagem mais rico e, consequentemente, mais atrativo emocionalmente, aumentando a motivação.

E aí, já pensou em como você pode aproveitar esses dados na sua prática?


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A vez da Educação 5.0

A vez da Educação 5.0


O termo Educação 5.0 é uma evolução natural da educação 4.0, advinda da revolução industrial. Na educação ganhou o termo ganhou força com abordagens inovadoras como as metodologias ativas, cultura maker que é porta de entrada para o trabalho com as tecnologias que podem ir desde a programação, robótica com materiais estruturados e ou não estruturados, IoT (internet das coisas), entre outros.
As mudanças sempre causam uma certa incerteza, principalmente quando falamos de Educação já que muitos processos estão condicionados a infraestrutura, conectividade, tecnologias, mas quero desmitificar que não é bem assim!
Para inovar, podemos e devemos começar de diversas maneiras, levando o simples para as aulas remotas e ou híbridas, inovando e flexibilizando o currículo ao trazer elementos “mão na massa”, abordagens ativas e suas diferentes modalidades para dentro do processo de ensino e aprendizagem.
A educação 5.0 está relacionada aos anseios da sociedade.  O conceito surgiu no Japão em 2016, cujo objetivo principal foi utilizar a tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas, com a preocupação de trabalhar as habilidades socioemocionais ao possibilitar que recursos tecnológicos como a robótica e a inteligência artificial tão presentes no nosso dia a dia possam ser integrados de forma mais humanizada.
Parece algo muito abstrato e distante de nós, mas na verdade, está mais presente do que imaginamos! Basta analisarmos nossa relação com serviços diversos, um exemplo é o banco, alguns com inteligência artificial que vem crescendo e aprendendo diariamente conosco. No entanto, que necessita ser vivenciado com cautela e com objetivos claros, já que nada substitui a vivência e o contato com o outro.
Outro exemplo prático do uso da tecnologia pensada no bem-estar social, são as cidades inteligentes. Elas usam tecnologia para aumentar a qualidade, desempenho, interatividade de serviços urbanos, pensar em sustentabilidade e economia circular. Nessas cidades, tudo é planejado e conectado e as políticas públicas podem identificar problemas com maior velocidade e mais eficiência. O cidadão sai de papel de passivo para ativo, contribuindo com informações e resoluções de problemas. 

Levando para a sala de aula

A Educação 5.0, passa por todos os pilares da Educação 4.0, com o acréscimo de olhar para a aprendizagem ativa, colaborativa, em que o professor(a) é o mediador(a) de conhecimento e o estudante se torna o centro do processo de aprendizagem ao exercer o protagonismo juvenil, com o pensamento empreendedor e na busca constante de resoluções colaborativa de problemas que estejam conectadas a habilidades socioemocionais.
A escola tem modificado o seu papel, de passiva para ativa e isso envolve não somente a comunidade escolar, mas o território educativo, com base no estímulo e no desenvolvimento de competências, habilidades e da flexibilização do currículo, através do exercício da: 

  • Colaboração 
  • Pensamento crítico 
  • Comunicação 
  • Criatividade 
  • Adaptabilidade 
  • Persuasão 
  • Inteligência Emocional 
  • Empatia 
  • Resiliência 
  • Relacionamento interpessoal 
  • Gerenciamento de conflitos 
  • Resolução de problemas reais 
  • Amabilidade 
  • Protagonismo juvenil Inserção de tecnologias sociais 

O desenvolvimento da Educação 5.0 está relacionada a atitudes, em que o território educativo pode  se desenvolver através do uso de metodologias ativas e de modalidades que façam parte da realidade do projeto politico pedagógico como projetos integradores em que os estudantes passam a contribuir na identificação e solução de problemas e na aplicação de problemas usando as diferentes áreas de conhecimento, mas tendo a oportunidade de ao mesmo tempo vivenciar as habilidades emocionais e a tecnologia como propulsora ao processo de ensino de aprendizagem.
Apesar do termo assustar ele deve estar presente no cotidiano das unidades escolares, prezando pela personalização do ensino e pela equidade!


Um abraço,
Débora

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“Tá de brincadeira?” A importância da brincadeira para a aprendizagem

“Tá de brincadeira?” A importância da brincadeira para a aprendizagem

ar: correr, pular, ser desafiado, gritar, sorrir, chorar, explorar, cantar, investigar, negociar, movimentar, imaginar, ressignificar, aprender.

Você já havia pensado na quantidade de ações envoltas no simples ato de… brincar? Brincadeiras envolvem alto nível de engajamento e motivação, possuem processos imaginativos, não-literais, são voluntárias, podem ser livres de regras externas, mas compostas de negociações e acordos entre quem brinca, definindo limites ou não. 

Recentemente, publiquei alguns dados de pesquisas sobre brincadeiras lá no @seligaprof e diversas contribuições e reflexões de professores foram surgindo sobre o tema. Por isso, trago a discussão também para esse espaço, para que possamos formar uma teia de compartilhamento de pesquisas, ideias e experiências.

Há estudos que relacionam diretamente o brincar à alfabetização e à linguagem, assim como à matemática. Um exemplo são as brincadeiras indicadas para crianças de 4 anos de idade – em forma de jogos de rimas, listas de compras, e “leitura” de livros de história para animais de pelúcia –, que predizem prontidão para linguagem e para leitura.

Pesquisas também sugerem que as crianças demonstram seus maiores avanços em habilidades linguísticas durante brincadeiras, e que essas habilidades estão fortemente relacionadas à alfabetização emergente.

Por fim, uma revisão de 12 estudos sobre a alfabetização e o brincar permitiu aos pesquisadores Roskos e Christie concluir que “brincar proporciona contextos que promovem atividades, habilidades e estratégias de alfabetização… e pode proporcionar oportunidades para o ensino e a aprendizagem da alfabetização”.

Brincar e aprender de forma lúdica também apoiam o desenvolvimento da matemática. Os pesquisadores Seo e Ginsburg, em uma experiência naturalista, constataram que crianças de 4 e 5 anos de idade constroem conceitos matemáticos fundamentais durante o livre brincar.

Independentemente da classe social da criança, três categorias de atividades matemáticas foram amplamente prevalentes: brincar com padrões e formas – exploração de padrões e formas espaciais –, jogos para o desenvolvimento do conceito de grandeza – declaração de grandeza ou comparação de dois ou mais itens para avaliar a grandeza relativa –, e jogos numéricos – raciocínio numérico ou quantitativo. Em 46% das vezes, o brincar livre na infância contém as raízes da aprendizagem matemática.

Desse modo, o brincar é uma atividade fundamental não apenas para a escola e a aprendizagem de modo geral, mas como um preparo para o mundo além da sala de aula: estão envoltas nas brincadeiras uma série de elementos como a colaboração, a criatividade, a autoconfiança, a comunicação, para além da construção de domínios em conteúdos específicos, quando falamos em brincadeiras estruturadas.

Para finalizar, convido você a refletir com Jean Piaget sobre sua célebre frase: “brincar é o trabalho da infância”.

Um super abraço digital,

Prof. Emilly Fidelix | @seligaprof

 

Fontes e indicações de leitura:

Piaget, J. Play, Dreams, andImitation in Childhood. Gattegno C, Hodgson FN, trans. New York, NY: W. W. Norton & compagny; 1962.

https://www.enciclopedia-crianca.com/brincar/segundo-especialistas/por-que-brincar-aprender

https://www.enciclopedia-crianca.com/brincar/segundo-especialistas/aprender-por-meio-da-brincadeira 

Roskos K, Christie J. Examining the play-literacy interface: A critical review and future directions. In: Zigler EF, Singer DG, Bishop-Josef SJ, eds. Children’s play: Roots of reading. 1st ed. Washington D.C.; Zero to Three Press; 2004:116.

Seo KH., Ginsburg HP. What is developmentally appropriate in early childhood mathematics education? Lessons from new research. In: Clements DH, Sarama J, DiBiase AM, eds. Engaging Young Children in Mathematics: Standards for Early Childhood Mathematics Education. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 2003:91–104.

 

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Como trabalhar o empreendedorismo nas aulas

Como trabalhar o empreendedorismo nas aulas

A escola possui um papel essencial de ser ativa e proporcionar aos estudantes novas concepções e vivências de aprendizagem. 

O tema do empreendedorismo na educação vem ganhando força, porque esse processo que é acompanhado de atitude, faz com que nossos estudantes tenham a oportunidade de desenvolver competências e habilidades, além de estratégias de ideias, sonhos, relacionado ao seu projeto de vida. 

A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) prevê uma série de competências para a Educação Empreendedora. Ao analisar as áreas do conhecimento é possível localizar referências e habilidades relacionadas a atitude empreendedora como o trabalho a partir da colaboração, resolução de problemas reais que beneficiam o social e se utilizam de recursos acessíveis.  

A escola é a porta de entrada para trabalhar com o empreendedorismo que tem o foco na intencionalidade, transdisciplinariedade e o protagonismo juvenil dos estudantes, associado as metodologias ativas que tem o foco tirar o aluno da passividade e trazê-lo ao centro do processo cognitivo.  

A educação empreendedora pode ser trabalhada em qualquer etapa da escolarização desde os pequenos aos jovens estudantes. E é um dos caminhos para o trabalho a partir de temas integradores, transversais e integrais, sem fragmentações de conhecimento ao permitir que os estudantes teçam reflexões, análises e resolvam problemas, que podem ser da unidade escolar, do bairro e ou que envolvam o território educativo.  

Intencionalidade

Para explorar a educação empreendedora é importante trabalhar a partir da intencionalidade, resolver um desafio, pensar em questões que os estudantes tenham que refletir sobre estratégias para resolver e que permitam desenvolver o senso crítico, a autonomia e a ter ideias sustentáveis. 

Um por exemplo disso, é pensar sob a ótica da questão ambiental. Por exemplo, no trabalho de robótica com sucata que idealizei junto aos estudantes da Emef Almirante Ary Parreiras, teve o viés empreendedor, voltado a pensar na sustentabilidade do trabalho, em que a solução se deu através de parceria e da venda de materiais recicláveis a empresas  e repasse de verbas a APM (Associação de Pais e Mestres) para torna-lo sustentável na unidade escolar.  

 Antes de criar a estratégia para sensibilizar os estudantes, eles foram desafiados a pensar, pesquisar, conhecer sobre reciclagem, sustentabilidade, descarte de materiais e o ciclo de vida de materiais e produtos (da fabricação ao descarte), realizar o reconhecimento da comunidade e propor soluções em que uma das estratégias utilizadas foi o designer thinking que consiste em criar uma chuva de ideias para pensar soluções, chegando na proposta da parceria. 

E justamente aqui que nasce a intencionalidade e a educação empreendedora, ao permitir que os estudantes de maneira coletiva realizem uma imersão sobre o tema abordado, buscando ideias inovadoras para implementar.  

Transdicisplinariedade

O nosso cérebro é dinâmico e não segrega conhecimentos, por isso trabalhar a partir da luz da transdisciplinariedade é essencial para incentivarmos aos estudantes a lançarem o conhecimento sobre características múltiplas, desenvolver diversas habilidades e serem criativos.  

A transdicisciplinariedade pode ser trabalhada a partir de um eixo integrador que pode nascer de uma área do conhecimento e abarcar as demais. Um exemplo é quando pensamos nas grandes construções da civilização, não é apenas um tema relacionado a história, envolve outros conhecimentos, como: artes, ciências, filosofia, matemática, linguagens e tantas outras para explicar períodos. É o estudante tem a oportunidade de explorar um mix de conhecimentos, criando associações e permitindo conexões, em que precisa do outro para realizar o seu argumento, sendo uma concepção integral.   

Ao fazer isso o estudante está mobilizando diversos conhecimentos, assegurando suas experiências, compartilhando e construindo argumentos para a vida cidadã.  

Protagonismo

Desenvolver o protagonismo é um dos maiores desejos da educação moderna e a educação empreendedora pode contribuir com este viés. Ao permitir que os estudantes trabalhem encontrando soluções e com projetos estamos trabalhando com as metodologias ativas e suas modalidades. 

O estudante deixa de ser passivo para ser ativo, constrói o seu conhecimento, toma decisões, expõe argumentos e tornam-se empreendedores. O papel do professor é de mediar este processo e oportunizar a desafiá-lo a encontrar soluções e impasses. 

O desenvolvimento destas características nos estudantes consiste em permitir atitudes, questionar processos, que sejam curadores de informações. Ao invés do professor iniciar a aula questionando o que estudante sabe sobre determinado assunto, deve questioná-lo o que conhecem sobre ele, isso é ter altas expectativas a todos os estudantes e ouvi-los. 

Um abraço, 

Débora

 

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Os anos de 2020 e 2021 certamente foram e serão por muito tempo os anos mais desafiadores de nossas carreiras. Estivemos envolvidos em mudanças que transformaram as nossas relações sociais, nossa vida pessoal e profissional. Lembro do turbilhão que foi o ano de 2020 quando as escolas começaram a fechar: eram professores de todo o país me procurando para pedir socorro, montar um plano estratégico, planejar com eficiência e adaptação.

Mais de um ano depois, o que encontramos é um cenário em que os estudantes estão cansados e professores tentando processar toda essa informação. Surgiram até novos conceitos como “fadiga de zoom”, que é o cansaço provocado pelo tempo de tela, em reuniões ou aulas online, por exemplo, em que ficamos o tempo todo nos visualizando e sendo vistos. Dentro deste panorama, sabemos de toda a movimentação que a escola como um todo precisou realizar, em maior ou menor grau. Muitos professores tiveram de revolucionar suas práticas, planejando aulas em um formato que nunca pensaram executar e que claro, não foram formados para isso.

Esse caráter de emergência abateu todos nós: pais, famílias, estudantes, professores, coordenadores, orientadores e toda a comunidade escolar. É nesse sentido, que algumas escolas e eventos em todo o mundo têm pensado em ações que apoiem não somente os estudantes, mas também os docentes, que têm se empenhado em realizar o melhor, com as ferramentas que têm acesso. Por isso, trago algumas ideias bastante simples, mas efetivas no apoio e construção de uma cultura institucional que valoriza a saúde mental de seus colaboradores, que apoia, acolhe e reserva momentos para deixar essa comunicação clara a todos: a de que um de seus pilares é o da troca, do suporte e apoio.

A escola Arcadia High School de Los Angeles criou questionários para conhecer as demandas dos professores: que dificuldades estavam enfrentando e disponibilizaram programas para eles, baseado nos seus interesses. Assim, chamaram professor de ioga uma vez por semana na escola, bem como psicólogos, especialistas em atenção plena, psicologia positiva, etc. Tudo baseado nos interesses dos professores e não numa decisão unilateral da escola.

Na escola Fall-Hamilton Elementary, em Nashville, criaram uma estratégia chamada “tap-in tap-out” que é um código que o professor (quando sente que as coisas estão fugindo de seu controle) envia para outro colega ou coordenador, que vai até a sua sala substituí-lo por 5 minutos para respirar e voltar aos trilhos. A ideia é: conte com seu colega.

Muitas escolas em todo o mundo estão fazendo: checkins matinais. Aquele encontro de toda a equipe, para tomar um café, receber uma mensagem carinhosa, compartilhar um sentimento, estreitar os laços. É o momento de promover união e apoio a todos, trocar ideias, receber e dar sugestões e mostrar-se atento (a) à equipe.

A construção de atitudes simples como essas, que podem ser adaptadas para cada realidade, é fundamental para construção de um ambiente escolar acolhedor, que preza pela qualidade e excelência do que produz, valorizando pessoas. E esses momentos de troca e apoio se valem entre professor-aluno, professor-professor, professor-gestores e suas trocas mútuas, pois também os gestores precisam de apoio e compreensão. É por isso que uma cultura escolar saudável, tem em sua pauta o diálogo mútuo entre todos os envolvidos.

Um grande abraço digital,

Profa. Emilly Fidelix | @seligaprof

 

 

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