Estratégias de leitura para gêneros digitais

Débora Garofalo - Colunista

Débora Garofalo - Colunista

É fato que nossos alunos apresentam problemas com a leitura! Dados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), aplicada de três em três anos entre 35 membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), incluindo o Brasil, demonstra que somos uns dos últimos países no ranking em leitura.

Os dados apontam dificuldades dos alunos em localizar informações no texto tanto explicitas como implícitas no texto, reconhecimento de ideia principal, inferências e a situação se agrava quando envolve leituras de mapas, gráficos, charges, consequência da pouca circulação desses gêneros na escola. Este déficit transcende a disciplina de língua portuguesa e atinge as demais matérias do currículo.

Nesse sentido, é importante lembrar do papel da educação e superar a barreira da dificuldade da leitura para que o problema da interpretação seja superado, principalmente em um mundo que está em transformação, no qual temos um problema na leitura realizada no texto impresso que com o avanço das tecnologias se agravaram nos textos e gêneros digital.  E diante desse cenário como alavancar a leitura dos gêneros digitais nas aulas?

 

A leitura traz diversos benefícios, entre eles o desenvolvimento do repertório, senso crítico, amplia o vocabulário, estimula a criatividade e facilita a escrita e para avançarmos a resposta pode estar em dar voz para os estudar e explorar outros processos como a leitura dialógica.

É necessário abolir das aulas a leitura monológica, aquela que prioriza o individualismo e que muitas vezes silencia o aluno e priorizar a leitura dialógica, que permite dar voz aos alunos, conversando e dialogando sobre os textos e gêneros digitais, perpassando por vivências de leitura, a fim de provocar o leitor a interagir com os textos lidos, falando sobre suas impressões e fazendo conexões com o mundo real.

Dentro deste cenário, os gêneros digitais é um facilitador, pela interatividade, no qual o professor deve estimular o aprendizado em sala de aula.

 

Gêneros digitais

É necessário inserir no planejamento os gêneros digitais e os meios que eles circulam. As redes sociais, são diferentes, é necessário conversar com os estudantes sobre esses aspectos, como por exemplo, o twitter é um servidor para microblogging, na qual, as informações circulam com um limite de caracteres, já o Instagram é uma rede social de compartilhamento de fotos e vídeos. Conhecer a especificidade e trabalhar esses pontos nas aulas é importante.

O trabalho pode partir de exemplos de posts, em conversas virtuais, gêneros (vídeo, fotos, texto) e interatividade do leitor com o autor, analisando e conhecendo o contexto da conversa. Por exemplo, muitas vezes quando os alunos acompanham um cantor(a) e ou ator (atriz), muitas vezes, eles interagem com os posts, conhecendo a história de forma macrotexto e no microtexto. Explorar esses aspectos é importante para a leitura e compreensão destes textos, sendo um excelente recurso para as aulas.

 
 

Produtores de gêneros digitais

 

A web proporciona interatividade, trazer esse gancho as aulas para despertar desafios, aguçar a leitura, através das produções, é uma estratégia de leitura. Temos vários programas, inclusive no celular, que produz memes, gifs, charges.

 

Dicas de ferramentas para trabalhar com gêneros digitais

Memes – Memes Generator Free

Gifs  – Gifs Makers

Charges – Hagaquê

 

E você querido professor, quais estratégias de leitura vocês utilizam para trabalhar com os gêneros digitais? Conte aqui nos comentários e ajude a fomentar práticas pedagógicas.

Um abraço,

Débora

Débora Garofalo é Assessora Especial de Tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (SEE SP) e professora da rede pública de ensino de São Paulo. Formada em Letras e Pedagogia, mestranda em Educação pela PUC-SP, vencedora na temática Especial Inovação na Educação no Prêmio Professores do Brasil, Vencedora no Desafio de Aprendizagem Criativa do MIT e considerada uma das dez melhoras professoras do mundo pelo Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.

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